A Mercedes joga em tantos tabuleiros que arranja sempre motivos de alegria. De momento, a Fórmula 1 não atravessa uma fase particularmente gloriosa – o que não quer dizer que não consiga conquistar mais um título mundial –, pelo que o construtor alemão se concentra cada vez mais no seu mais potente e exuberante hiperdesportivo de sempre, o AMG One, que associa um chassis e carroçaria em fibra de carbono a um motor similar aos F1 que tantos campeonatos lhe granjearam, recorrendo ainda a motores eléctricos e a uma bateria para ter direito a modo eléctrico, aumentar a potência e reduzir os consumos e emissões.
Depois de muitos atrasos (mais de um ano), impostos pela dificuldade em obrigar um motor de F1 de deixar de ter um ralenti às 4000 rpm, para assumir um regime ligeiramente acima das 1100 a 1300 rotações, de forma a respeitar os limites de emissões impostos por Bruxelas, eis que se aproxima a hora de as primeiras unidades do One serem finalmente entregues aos proprietários, que há muito o encomendaram e pagaram, pelo menos parcialmente.
Numa fase em que também o Aston Martin Valkyrie, aquele que promete ser o maior adversário do AMG One, se prepara para começar a chegar aos clientes, a Mercedes quer bater o recorde do veículo de série mais rápido no Nürburgring ainda antes de entregar a primeira unidade. Isto porque sabe que a estratégia do Valkyrie é a mesma, tal como o é a de construtores como a Rimac, cujo eléctrico tem mais de 1900 cv.
A CarSpyMedia não perde pitada em relação ao que acontece na pista germânica, considerada o Inferno Verde, pelo tem inúmeros registos do AMG One a rodar insistentemente no complicado circuito desenhado no meio da floresta. De momento, o recorde para carros homologados para circular na via pública pertence ao Mercedes AMG GT Black Series, que deu uma volta à pista em 6.43,62, batendo o Lamborghini Aventador SVJ (6.44,97), sendo que a marca italiana também quer chamar a si o recorde de volta e conta com o Huracán STO para o alcançar.