Lisboa continua a ser o único concelho, entre os 15 com maior densidade populacional (dados do Censos 2011), que se encontra acima da linha vermelha dos 120 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias. No entanto, também se nota um aumento na incidência cumulativa, desde a semana passada, nos concelhos da Amadora, Cascais e Odivelas, de acordo com os dados do Boletim Epidemiológico da Direção-Geral da Saúde, divulgado esta sexta-feira.

DGS. Concelho de Lisboa perto da linha vermelha. Região é a única no continente com R(t) acima de 1

A norte, entre os concelhos mais populosos, notam-se aumentos na incidência em Espinho, Matosinhos e São João da Madeira, enquanto os concelhos do Porto, Maia e Vila Nova de Gaia se mantém estáveis no número de novos casos, comparando os dados de 26 de maio com os da semana anterior (19 de maio).

Entre os concelhos mais densamente povoados na Margem Sul, destaca-se um aumento da incidência no Barreiro, mas não no concelho de Almada, nem do Seixal.

Concelhos Incidência a 26.Maio Incidência a 19.Maio Incidência a 12.Maio
Amadora 61 39 29
Lisboa 153 118 81
Porto 75 75 60
Odivelas 82 40 31
Oeiras 53 48 45
Matosinhos 65 53 44
São João da Madeira 50 27 9
Almada 46 45 33
Barreiro 63 49 44
Cascais 78 47 22
Vila Nova de Gaia 48 47 69
Seixal 35 30 35
Maia 40 40 32
Espinho 30 7 34
Entroncamento 65 56 19

Bragança, Braga e Arcos de Valdevez aproximam-se da linha vermelha dos 120 casos por 100 mil habitantes

Lisboa é também a única capital de distrito cuja incidência do concelho se encontra acima dos 120 novos casos por 100 mil habitantes, mas Bragança está já muito perto (com 119 casos por 100 mil habitantes) e Braga também aumentou a incidência desde a semana passada (agora com 108 casos por 100 mil habitantes).

Um destaque positivo para Faro que diminuiu a incidência de 90 para 54 novos casos por 100 mil habitantes no espaço de uma semana.

Concelhos Incidência a 26.Maio Incidência a 19. Maio Incidência a 12.Maio
Aveiro 23 23 34
Beja 39 30 68
Braga 108 88 78
Bragança 119 95 27
Castelo Branco 8 10 29
Coimbra 31 13 11
Évora 63 50 40
Faro 54 90 75
Guarda 31 18 10
Leiria 31 26 14
Lisboa 153 118 81
Portalegre 0 0 0
Porto 75 75 60
Santarém 17 14 10
Setúbal 50 36 32
Viana do Castelo 89 94 95
Vila Real 16 10 22
Viseu 32 32 22

Além do concelho de Bragança, Arcos de Valdevez também se encontra muito próximo da linha vermelha definida nos 120 novos casos por 100 mil habitantes.

Oliveira de Frades, Cantanhede e Arcos de Valdevez são, dos concelhos mais perto da linha vermelha, os que mais aumentaram a incidência cumulativa desde a semana passada.

Concelhos Incidência a 26.Maio Incidência a 19.Maio
Aumento /100mil hab
Arcos de Valdevez 119 67 52
Bragança 119 95 24
Cantanhede 111 49 62
Braga 108 88 20
Oliveira de Frades 91 20 71

Odemira é o concelho do continente com maior incidência acumulada

Dos 308 concelhos de Portugal continental e insular, 301 encontram-se num nível de risco moderado (abaixo dos 240 novos casos por 100 mil habitantes em 14 dias), seis estão num nível de risco elevado e um num nível de risco muito elevado, segundo o Boletim Epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.

O concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel (Açores), é o concelho português com maior incidência acumulada a 14 dias (até 26 de maio), com 619 novos casos por 100 mil habitantes. Está no nível de risco muito elevado. Há mais dois concelhos na ilha de São Miguel, Nordeste e Vila Franca do Campo que também se encontram num nível de risco elevado.

No continente, o concelho com maior incidência cumulativa é Odemira, com 364 novos casos por 100 mil habitantes, seguido de Vila do Bispo, Arganil e Golegã, todos no nível de risco elevado.

Desconfinamento. Resende avança finalmente e Odemira volta a recuar juntamente com Montalegre

Vila do Bispo arrisca-se a recuar no desconfinamento

Dos 301 concelhos no nível de risco moderado em todo o país, 290 estão abaixo dos 120 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias — o valor que tem marcado a linha vermelha entre os concelhos que podiam desconfinar e os que tinham de tomar outras medidas.

Dos 11 concelhos que estão entre os 120 e os 239,9 novos casos por 100 mil habitantes, quatro pertencem ao arquipélago da Madeira, incluindo Ribeira Brava, Funchal, Ponta do Sol e Santana.

Lisboa, Chamusca, Salvaterra de Magos e Vale de Cambra entram esta semana para a lista dos concelhos em alerta no continente. Tavira e Vila Nova de Paiva, já estavam na lista de alerta e mantém-se.

Vila do Bispo estava na lista de alerta e esta semana ultrapassou os 240 novos casos por 100 mil habitantes a 14 dias. Tendo em conta as regras mantidas até aqui, duas semanas seguidas acima deste nível de incidência implica um recuo no desconfinamento.

Desconfinamento. Arganil recua à fase 2, três concelhos na fase 3 e sete concelhos em alerta, incluindo Lisboa

Incidências por concelho: Lamego avança para a quarta fase, Arganil recua à segunda

Lamego avançou para a quarta fase do desconfinamento, com medidas de 1 de maio, e seis concelhos saíram da lista de alerta, o que significa que todos estes concelhos estavam abaixo dos 120 novos casos por 100 mil habitantes (em 14 dias) a 26 de maio. São, no total, 267 concelhos na fase mais avançada do desconfinamento.

Avança para a 4.ª fase

Concelhos Incidência a 26.Maio Incidência a 19.Mai Incidência a 12.Mai Incidência a 5.Mai
Lamego 116 181 261 281

Sai do estado de alerta

Concelhos Incidência a 26.Maio Incidência a 19.Mai Incidência a 12.Mai Incidência a 5.Mai
Albufeira 43 152 152 65
Castelo de Paiva 116 226 298 226
Fafe 104 121 131 160
Lagoa 88 180 119 26
Oliveira do Hospital 47 130 229 280
Santa Comba Dão 105 144 57 163

No estado de alerta ficaram três concelhos e juntaram-se outros quatro. Vila do Bispo é o único em risco de recuar nas medidas de desconfinamento se mantiver a incidência cumulativa acima dos 240 novos casos por 100 mil habitantes.

O concelho de Salvaterra de Magos, com cerca de 22 mil habitantes, foi o que teve o maior aumento da incidência acumulada no espaço de uma semana.

Ficam em alerta

Concelhos Incidência a 26.Maio Incidência a 19.Mai Incidência a 12.Mai Incidência a 5.Mai
Tavira 139 139 77 61
Vila do Bispo 272 233 39 39
Vila Nova de Paiva 171 149 21 0

Entram em alerta

Concelhos Incidência a 26.Maio Incidência a 19.Mai Incidência a 12.Mai Incidência a 5.Mai
Chamusca 163 87 11 11
Lisboa 153 118 81 67
Salvaterra de Magos 131 9 9 9
Vale de Cambra 141 94 141 136

Há dois concelhos que recuam — uma para a segunda fase e outro para terceira fase — e dois concelhos que se mantém na terceira fase.

Concelhos Incidência a 26.Maio Incidência a 19.Maio Incidência a 12.Maio Incidência a 5.Maio
Arganil (recua para 2.ª fase) 272 608 826 590
Golegã (recua para 3.ª fase) 262 243 206 169
Montalegre (mantém na 3.ª fase) 222 389 289 67
Odemira (mantém na 3.ª fase) 364 287 271 227

Regiões do Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo com R(t) mais alto

“Todas as regiões apresentam a média do índice de transmissibilidade (5 dias) superior ou igual a 1 com exceção das regiões Norte e Algarve”, lê-se no relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), divulgado esta sexta-feira. A nível nacional, a média do R(1) é de 1,07.

A região do Alentejo é, agora, a que apresenta o índice de transmissibilidade mais alto — R(t) de 1,16 — e a que apresentou a maior subida desde o relatório da semana passada (0,92). A região de Lisboa e Vale do Tejo, também com tendência crescente, tem um R(t) de 1,14.

As regiões do Algarve (0,92) e Norte (0,99), por outro lado, são as que têm o R(t) mais baixo. A região Centro, a região autónoma da Madeira e a região autónoma dos Açores apresentam, respetivamente, um índice de transmissibilidade de 1,05, 1,05 e 1,07.

Entre 1 e 19 de maio observou-se um aumento do R(t) de 0,93 para 1,08, “indicando a transição de uma tendência decrescente para uma tendência crescente da incidência de SARS-CoV-2”, lê-se no relatório do Insa. “Esta variação foi mais acentuada na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde o R(t) passou de 0,88 a 3 de maio para 1,20 a 17 de maio (em 15 dias subiu 0,33).”

Açores são a única região com a incidência cumulativa acima de 120 casos por 100 mil habitantes

A região Centro é a que apresenta a incidência cumulativa mais baixa (32,5 novos casos por 100 mil habitantes, em 14 dias), a par do Alentejo (com 42,9 novos casos por 100 mil habitantes), segundo o relatório do Insa. A média da incidência a nível nacional é de 59,6 casos por 100 mil habitantes.

A região de Lisboa e Vale do Tejo tem a incidência mais alta no continente (68,1 novos casos por 100 mil habitantes), seguida do Algarve (63,2 casos) e do Norte (55,1 casos).

As regiões com a incidência cumulativa mais alta em todo o país são as regiões autónomas dos Açores (133,9 novos casos por 100 mil habitantes) e da Madeira (109,7 novos casos por 100 mil habitantes).

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