Tem mais de 15 gigabytes de fotografias no serviço de armazenamento da Google, o Google Photos, e não quer pagar para continuar a guardá-las na nuvem? Na terça-feira, 1 de junho, chega ao fim o pacote de armazenamento ilimitado de fotografias que a empresa disponibiliza. Se quiser continuar a utilizar o serviço, ou apaga as fotografias que passará a ter a mais, ou então começar a pagar uma subscrição que custa, no mínimo, dois euros por mês.
Contudo, não se assuste. Explicamos abaixo tudo o que pode fazer para guardar as fotografias que tem nos servidores da Google. Além disso, para já, poderá não ter que se preocupar. E há outros serviços a que pode recorrer para guardar as suas fotografias online.
O que é que acontece a 1 de junho?
O serviço Google Photos permitia o armazenamento ilimitado de fotografias de alta qualidade a qualquer utilizador com uma conta Google. Os 15 gigabytes de armazenamento gratuito a que todos os utilizadores têm direito não incluíam aquele serviço (diziam respeito apenas a funcionalidades como o Gmail ou a Google Drive).
Porém, a partir de terça-feira, as fotografias guardadas no serviço vão passar a contar para esse limite. Ou seja, um utilizador continua a ter 15 GB de armazenamento gratuito, mas contando com todos os serviços do universo Google.
A Google anunciou o fim do Google Photos ilimitado em dezembro de 2020. Num comunicado assinado por Shimrit Ben-Yair — o vice-presidente da Google com o pelouro do Google Photos —, justificou que uma das principais preocupações da empresa é a sustentabilidade financeira daquele serviço, que atualmente alberga mais de quatro biliões de fotografias (e recebe 28 mil milhões de novas imagens todas as semanas).
Armazenamento gratuito de fotografias na conta Google deixa de ser ilimitado
De acordo com a Google, as fotografias que forem colocadas no serviço até ao dia 1 de junho de 2021 não vão contar para os 15 GB. Só mesmo as fotografias carregadas a partir dessa data passarão a contar para o limite. Feitas as contas, a empresa estima que 80% dos utilizadores ainda consigam manter o ritmo atual de utilização durante mais três anos sem custos.
Há uma exceção: as fotografias que forem carregadas a partir de um telemóvel Pixel (a marca de smartphones da Google, que não é vendida oficialmente em Portugal) também não contam para aquele limite.
O que é que posso fazer se já tiver ocupado os 15GB limite e quiser continuar a usar o Google Photos?
Quem alcançar os 15 GB ou já o tiver feito até à data e precisar de mais espaço, terá de aderir a uma subscrição Google One. Este é um serviço de subscrições que permite aos utilizadores expandirem o espaço de armazenamento na nuvem em todas as funcionalidades a que uma conta Google dá acesso).
De acordo com a tabela de preços da Google One, uma subscrição para aumentar o espaço para 100 GB custa 1,99 euros por mês (ou 19,99 por ano); para 200 GB o preço é de 2,99 euros por mês ou 29,99 euros por ano; e para 2 terabytes o custo é de 9,99 euros por mês ou 99,99 euros por ano.
Como posso fazer o download de todas as fotografias que tenho no Google Photos?
À semelhança de outros serviços concorrentes, como o iCloud ou o Onedrive, a Google oferece opções para o utilizador poder descarregar todos os ficheiros que tem armazenados na plataforma. Porém, não basta carregar num botão e esperar, e há várias formas de guardar num disco externo ou pen drive a informação. Vamos por passos.
Primeiro, até terça-feira pode continuar a sincronizar automaticamente todas as fotografias com o Google Photos. Isto porque, como já explicámos, os ficheiros que forem carregados até essa data não contarão para o limite de 15 gygabites que a Google vai impor. Depois, convém ver se vale realmente a pena estar a preocupar-se. Isso é possível ver neste hiperligação: o site da Google que lhe diz quanto espaço realmente está a ocupar.
Ainda tem tempo? A Google estima quanto ainda terá para ocupar todo o espaço disponível com base na utilização que faz. Se sim, então pode fazer as coisas com mais calma. Mesmo que esteja tudo ocupado, é sempre bom ter uma cópia offline das suas fotografias e este pode ser o motivo para isso. Para esse efeito, há duas opções práticas. Recomendamos que a faça a partir de um navegador de internet através de um computador. Tanto faz se é Windows ou MacOS — depois dos testes que fizemos, percebemos que é muito mais fácil do que tentar fazer estes passos num smartphone.
A primeira opção é a mais monótona, porque implicará que veja uma a uma as fotografias que tem no serviço. Comece por ir aqui e entre na sua conta Google. Depois, no canto superior esquerdo de cada fotografia pode selecionar cada imagem.
Chegamos à tal parte monótona: uma a uma, pode escolher as que quer descarregar. Quando tiver as fotografias de que gosta selecionadas, basta carregar, no canto superior direito da barra de topo da plataforma, nos três pontinhos na horizontal. Depois, carregue na opção “download” ou “descarregar” (o termo depende da língua na qual tem configurado o serviço). As fotografias começam a ser descarregadas para o computador. Basta esperar e tem a cópia que quer e pode apagar os ficheiros que quer do serviço.
A segunda opção é bem mais prática, mas não é tão imediata. A Google tem um serviço que chama de Google Takeout. Nesta plataforma que faz parte da conta Google — não se esqueça que tem de ter o login feito na sua conta para isto tudo funcionar –, é possível descarregar uma cópia de todos os dados que a empresa tem armazenados relacionados à sua conta. Depois, basta ir a “Create New Export” (“criar nova exportação”, em português. No canto direito, carregue na opção para tirar a seleção de todos os serviços. Os quadrados com um certo azul vão deixar de estar selecionados. Depois, desça a página até encontrar a opção Google Photos. Carregue só nesse quadrado.
Com este passo feito é possível fazer um download rápido de todas as fotografias. Se quiser fazer de outros serviços, também o pode. No entanto, neste caso estamos a focar só no Google Photos. Ao carregar em “All Photos and albums included“, pode escolher que álbuns quer guardar. Após este passo, desça até ao fim da página para “próximo passo”. Aqui, basta escolher se quer que os dados sejam exportados apenas uma vez ou esporadicamente e para onde é que quer enviar os ficheiros. É possível enviar a cópia diretamente para outro serviço de armazenamento na cloud ou receber uma hiperligação por email.
Como referimos, este processo não é tão imediato como a primeira opção. No nosso caso, para uma cópia de, arredondadamente, 30 gigabytes de imagens, demorámos cerca de uma hora a receber o email com a hiperligação para descarregarmos a exportação. E, depois de a abrirmos, os ficheiros estavam divididos em 15 pastas diferentes, cada uma com cerca de dois gigas, que tivemos de descarregar uma a uma. Isto porque não tivemos atenção à opção do tamanho das pasta (dá para escolher outros tamanhos para as pastas, depende de como quer fazer).
E já está. Desta forma, pode copiar todas as fotografias para, se necessário, apagar ficheiros do Google Photos para poder continuar a utilizar o serviço gratuitamente.
Que outras opções tenho se não quiser pagar uma subscrição à Google?
Além da Google, outras empresas têm também serviços de subscrição de armazenamento na nuvem. A Apple tem o iCloud — que é dos mais práticos para quem utiliza o ecossistema de hardware da empresa –, e a Microsoft tem o Onedrive, que tem a vantagem de ter pacotes que incluem as ferramentas do Office. Há também empresas mais especializadas em armazenamento de dados na nuvem, como a Dropbox. Os preços dos pacotes são diferentes entre todos os serviços têm opções diferentes para que possa escolher aquilo que pretende e lhe será mais útil.
No final de tudo, pode decidir guardar os ficheiros num serviço concorrente ou, o mais prático e potencialmente seguro, ter uma cópia offline no computador ou num disco externo. Como diz o ditado, “não há almoços grátis”, pelo que, ao escolher um serviço gratuito, convém pensar de que forma é que a empresa pode estar a monetizar os seus dados, mesmo que pague uma subscrição.
*Corrigido valor do custo do serviço Google Photos às 15h58 de domingo. Corrigido “quatro mil milhões” por “quatro biliões” a 31 de maio, às 16h01.