Pouco depois de ser conhecida publicamente a demissão de Rui Pereira das funções de presidente da Assembleia Geral do Benfica, alegando divergências com a Direção do clube em relação à próxima reunião magna de caráter extraordinário no próximo dia 3 de julho, Luís Filipe Vieira e os restantes membros do órgão que lidera vieram a público recusar qualquer tipo de interferência ou oposição com o evento entretanto marcado.
“A Direção do Sport Lisboa e Benfica e, em particular, o seu presidente desmentem veementemente qualquer oposição à realização da Assembleia Geral Extraordinária solicitada por um grupo de sócios”, começa por referir o comunicado oficial do órgão dos encarnados, manifestando também total espírito de colaboração para o ato.
“A Direção do Sport Lisboa e Benfica, no cumprimento estrito dos estatutos, dará todo o apoio aos órgãos sociais competentes para procederem à convocatória dessa mesma Assembleia Geral Extraordinária, em observância às diretrizes emanadas pela Direção-Geral da Saúde. E no mais breve prazo possível. A Direção e o seu Presidente desejam as maiores felicidades ao Prof. Doutor Rui Pereira”, acrescentou a missiva emitida esta noite. De recordar que, há pouco mais de um ano, e na antecâmara do ato eleitoral, Luís Nazaré, então presidente da Assembleia Geral, também tinha pedido a demissão por divergências antes de uma reunião magna.
Da parte dos organizadores da Assembleia Geral extraordinária, um dos interlocutores que reuniu todas as assinaturas necessárias para a realização do ato, Miguel Godinho, explicou que Rui Pereira cumpriu sempre o que está consagrado nos estatutos e falou em possíveis entraves que estarão a ser colocados.
“Fomos surpreendidos como todos os benfiquistas com a notícia desta noite. Não era a nossa expectativa que o Dr. Rui Pereira se demitisse, ainda por cima depois de termos recebido ontem [sexta-feira] a resposta em relação à marcação da assembleia geral a 3 de julho. Não recebemos nenhuma resposta contrária à não convocação da assembleia geral extraordinária até agora. Portanto, para nós, até em resposta em contrário, a assembleia geral decorrerá o seu trajeto normal até dia 3 de julho. A informação que tínhamos do Benfica e enviada pelo Dr. Rui Pereira era que iria seria remetido um parecer à Direção Geral de Saúde. Aguardamos por esse parecer da DGS que garanta as condições necessárias para a realização da assembleia geral no dia 3 de julho”, começa por dizer o associado na mensagem enviada na noite deste sábado ao jornal Record.
“Em relação ao comunicado do Dr. Rui Pereira, ficamos genuinamente preocupados. É difícil para os benfiquistas entenderem a relutância da Direção de não conceder as condições necessárias para que a assembleia geral seja uma realidade. É isso que depreendemos desse comunicado. Estarão a ser criados entraves internamente à mesa da AG e ao Dr. Rui Pereira para a realização da assembleia geral extraordinária. Lamentamos profundamente. Nestes últimos meses, o Dr. Rui Pereira foi, em todos os contactos, um fiel cumprir dos estatutos como assim é exigido. Esperamos que o seu sucessor tenha mesma lisura de procedimentos e que os estatutos do Benfica continuem a ser cumpridos conforme estavam a sê-lo até agora”, acrescentou a missiva.