Este artigo é da responsabilidade de Turismo do Centro de Portugal

Neste roteiro, deixamos-lhe algumas sugestões de locais a visitar nas oito sub-regiões do Centro de Portugal. A si, cabe apenas a tarefa de se deixar encantar por alguns dos “segredos” mais bonitos do nosso país.

Ria de Aveiro

A viagem à descoberta da região de Aveiro começa no Parque Ambiental do Buçaquinho, concelho de Ovar. Os 24 hectares de espaços verdes são uma boa opção para deixar as crianças brincar livremente, dar corda às sapatilhas e desenferrujar a corrente da bicicleta, que pode requisitar gratuitamente no local. As seis lagoas, o jardim de plantas aromáticas, o parque infantil e ainda os animais que por aqui andam, fazem as delícias de miúdos e graúdos, e valeram-lhe o Green Project Awards, em 2016, na categoria de Cidades Sustentáveis.

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E já que estamos pela “Cidade-Museu Vivo do Azulejo”, convidamo-lo a percorrer a cidade a pé, até porque uma das suas mais importantes tradições está atualmente bem expressa nas inúmeras fachadas azulejares de vários edifícios da cidade. Falamos da Rua do Azulejo, um projeto que promove visitas temáticas. Passe pelo posto de turismo e faça-se acompanhar de um mapa com as devidas explicações. Dada a importância do azulejo em Ovar, não é difícil compreender o sucesso do Atelier de Conservação e Restauro do Azulejo, onde se pode inscrever em muitas atividades. Mergulhe no mundo do azulejo e, quem sabe, descubra a veia artística que lhe faltava.

Já que andamos por aqui, não podemos deixar escapar a oportunidade de comer – e levar para casa – um Pão de Ló de Ovar, conhecido pelo seu delicioso recheio húmido. Feito com recurso a (muitos) ovos e cozido em formas de barro vermelho durante pouco tempo, para manter o seu interior quase líquido, é um dos cartões de visita da cidade e ninguém lhe fica indiferente.

A caminho de Estarreja, faça um pequeno desvio e encontre um bom exemplar de Arte Nova, em Avanca. Comece a familiarizar-se com este movimento arquitetónico, tão presente nesta região, admirando a Casa Museu Egas Moniz, que revisita a vida do Professor e Prémio Nobel da Medicina.

Numa clara demonstração de riqueza artística da região, passamos da Arte Nova para outra mais recente, a arte urbana.

Arte Urbana em Estarreja é já conhecida nos vários cantos do país. Espalhadas por toda a cidade estão obras de artistas de renome nacional e internacional, como é o caso de Add Fuel, Hazul, Bordalo II, Bosoletti e até Fintan Magee. Perca-se pela cidade em busca dos melhores trabalhos.

Deixe-se surpreender antes de mergulhar na natureza em estado puro e no mundo que é a Ria de Aveiro. É neste percurso que encontra, também, o Centro de Interpretação Ambiental da BioRia. Além de ponto de acolhimento de visitantes, é também aqui que se sensibiliza o público para importância deste património natural onde pode descobrir e identificar as várias espécies de aves que visitam diariamente a região.

Comovidos pela diversidade da natureza e da paisagem, seguimos caminho, sempre com a Ria como pano de fundo. Ao longo de dezenas de quilómetros de ecovias que acompanham a Ria, não deixe de aproveitar a bonita vista na Naturria. Observe a avifauna lagunar – com flamingos incluídos. Se estiver interessado numa visita guiada sobre rodas ou de pés bem assentes no chão, contacte o projeto “Murtosa Ciclável”, que as organiza por todo o território natural e cultural murtoseiro.

Viseu Dão-Lafões

Para chegar a esta Região Demarcada apresentamos-lhe duas alternativas. Uma faz-se rumo a sul, até Santa Comba Dão, entre os rios Dão, Mondego e Criz. Esta é uma terra de descobertas, que vão desde belíssimas praias fluviais – como a Praia Fluvial da Senhora da Ribeira – ao património histórico, passando pela Estrada Nacional 2 ou pela Ecopista do Dão, uma das maiores da Península Ibérica. Com cerca de 49 quilómetros, atravessa os concelhos de Santa Comba Dão, Viseu e Tondela e é uma ótima forma de percorrer a região em contacto próximo com a natureza, entre as paisagens da Albufeira da Aguieira e da Serra do Caramulo.

O segundo caminho leva-nos de Tondela até Carregal do Sal, onde poderá conhecer o complexo da Casa do Passal que se evoca a memória de Aristides de Sousa Mendes, “Justo entre as Nações” por ter salvado milhares de pessoas da perseguição nazi. Aproveite ainda para explorar os diversos circuitos arqueológicos do concelho, centrados essencialmente no património megalítico que prolifera na região.

Região de Coimbra

Viajar pela Região de Coimbra é viajar no tempo e descobrir encantos únicos de paisagens seculares e tradições que até hoje permanecem pela mão e resiliência das suas gentes. Acompanhados pelo maior rio exclusivamente português, o Rio Mondego, seguimos viagem da sua nascente à foz, onde recuperamos energias em extensos areais.

Iniciamos esta viagem na Praia de Mira, uma das primeiras praias com Bandeira Azul desde a criação da classificação e lugar de importante tradição, no que à arte da pesca diz respeito.

Falamos da Arte Xávega, também conhecida por pesca de “arrasto” ou artesanal, levada a cabo por pescadores que enfrentam as ondas em pequenas embarcações para lançar as redes ao mar. Depois de puxadas, as redes são abertas já no areal, seguindo-se a descoberta e escolha do pescado, num verdadeiro espetáculo que não vai querer perder. O ritual estende-se a outras praias do Centro de Portugal. Na Região de Coimbra, procure-a nas praias de Mira, da Tocha ou em alguns areais da Figueira da Foz.

As praias desta região, assim como outras do litoral atlântico, são também ideais para a prática de desportos náuticos como surf, kitesurf, o windsurf, bodyboard e até paddlesurf, reunindo várias opções ligadas à cultura das ondas, desde escolas a diversas atividades culturais e desportivas. Basta seguir viagem pela EN 109 para encontrar as indicações que o levarão à costa e, também, ao nosso próximo ponto de paragem.

Continuamos em direção a Sul, À medida que nos aproximamos de Buarcos, somos surpreendidos pela imensidão do mar e da paisagem natural que nos rodeia e, por isso, fazemos questão de parar num miradouro situado à direita. Estamos em pleno Monumento Natural do Cabo Mondego, uma área protegida de excecional importância devido aos aglomerados jurássicos que aqui foram encontrados.

Aproveite o mar como companheiro para uma caminhada pela marginal, até à Torre do Relógio ou ao Forte de Santa Catarina. Se preferir, pode também percorrê-la de bicicleta, já que existem ciclovias ao longo do percurso. Não deixe escapar a oportunidade para mergulhar numa das Praias da Figueira da Foz. O sol e os extensos areais de perder de vista são um belo cartão de visita desta reconhecida estância balnear.

Mas não parta da Figueira sem antes levar uma boa quantidade de sal produzido localmente e conhecer toda a história deste importante recurso para o concelho, no Núcleo Museológico do Sal. Localizado em Lavos, este complexo inclui, entre muitas outras coisas, um centro interpretativo, um armazém de sal, uma rota pedestre pelas salinas, uma rota fluvial e ainda um observatório de aves.

Siga em direção ao concelho de Arganil para encontrar a Aldeia Histórica do Piódão. Até lá, esperam-nos algumas curvas e cerca de uma hora de viagem, mas não se assuste. Todo o tempo vale a pena para desfrutar da magnífica paisagem que nos acompanha no caminho, como a da Mata da Margaraça ou da Fraga da Penha. Ao chegar, repare nas casas encaixadas umas nas outras e perfeitamente organizadas, que tornam este lugar tão especial. Suba até ao topo da aldeia, onde um miradouro o espera. A partir daí é só preparar a máquina fotográfica e tentar não se perder entre ruas e ruelas, sempre com muitas escadas à mistura. Se se sentir aventureiro, siga o caminho pedestre da Foz D’Égua e mergulhe nas águas límpidas da praia fluvial que o esperam após alguns quilómetros de caminhada.

Depois de rendidos aos encantos da natureza pura da Serra do Açor, continuamos acompanhados por paisagens de cortar a respiração desta que é a quinta serra mais alta de Portugal Continental.

Serra da Estrela

Serra da Estrela é a memória viva dos nossos antepassados e é deste teto nevado do nosso país que brilha também a natureza autêntica, afeiçoada aqui e ali pelos séculos e a mão humana.

Em Belmonte, convidamo-lo a uma visita pelo Centro Histórico desta vila com vista para a Serra da Estrela, o rio Zêzere e a Cova da Beira. Mesmo em frente ao Castelo de Belmonte, do outro lado da praça, a Igreja de Santiago, assinala a passagem de um dos caminhos portugueses até Compostela, também conhecida por albergar o Panteão dos Cabrais, família cuja história está intimamente ligada à vila.

Daqui pode seguir a Rota dos Museus, que o levará a muitos locais imperdíveis. O primeiro evoca a memória da comunidade sefardita que se confunde com a história de Belmonte e a cultura da região: o Museu Judaico e a própria Sinagoga, também visitável.

Continue pela Rua Pedro Álvares Cabral, onde encontrará dois outros museus de visita obrigatória, especialmente se viajar com crianças: o Museu dos Descobrimentos, dedicado à chegada dos portugueses ao Brasil e a todo o processo de colonização; e o Ecomuseu do Zêzere, um polo interpretativo do ciclo deste rio transformador de paisagens e comunidades. Este é um ótimo ponto de partida para se aventurar pela Grande Rota que lhe é dedicada. Termine a visita a Belmonte no Lagar-Museu do Azeite e descubra os processos e maquinaria utilizados na produção deste importante produto da região.

Por falar nisso, se a fome apertar, faça de Belmonte o cenário perfeito para conhecer e provar os sabores locais, que vão do mel à castanha, passando por licores, biscoitos, cervejas artesanais e vinhos aqui produzidos, já para não falar dos produtos kosher – produtos locais feitos de acordo com as regras judaicas. Se estiver calor, pode despedir-se desta aldeia na convidativa praia fluvial de Belmonte. Saiba ainda que Belmonte é sede das Aldeias Históricas de Portugal.

Mas não podemos seguir viagem sem sugerir dois desvios: a Aldeia de Sortelha e a Serra da Malcata, esta última um dos últimos refúgios de muitas espécies endémicas, como o lince-ibérico (lynx pardinus). Um verdadeiro paraíso para os amantes da natureza e do BTT.

Regressados à estrada, continuamos em direção à Serra da Estrela. Na cidade da Covilhã, vale a pena visitar o Museu de Lanifícios, criado com a finalidade de preservar e recuperar a área das tinturarias da Real Fábrica de Panos, uma manufatura de Estado, fundada pelo Marquês de Pombal em 1764.

Torna-se igualmente obrigatória uma paragem em Peraboa. O motivo é óbvio: o Museu do Queijo.
É neste museu dedicado a um dos mais conhecidos e saborosos tesouros de toda a região que poderá saber mais sobre o seu processo de produção, desde a prática milenar da transumância à respetiva certificação, passando pela vida do pastor e pela importância fundamental da ovelha de raça bordaleira. A poucos minutos do Fundão, pode ainda visitar a Aldeia Histórica de Castelo Novo na Serra da Gardunha e, para os mais novos, o Parque do Convento, com espaços dedicados ao arborismo, BTT e outros desportos radicais.

Região de Leiria

A viagem pela Região de Leiria começa a Sul, pelo Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. Com aproximadamente 38900 hectares, constitui o mais importante repositório de formações calcárias existente em Portugal mas, o que mais impressiona a quem se aventura pelas suas estradas – estreitas mas seguras – é a paisagem verdejante e a riqueza da fauna. Não deixe passar a oportunidade de mergulhar (quase literalmente) até ao interior deste Parque Natural. A par das Grutas de Santo António, em Alvados, umas das mais bonitas e concorridas da Região, as Grutas de Alvados, descobertas em 1964 por um grupo de trabalhadores das pedreiras de calcário da Serra dos Candeeiros, são um tesouro escondido. As suas várias salas têm nomes bastante curiosos como Planeta Maravilhoso, Lagoa das Maravilhas, Sala Bela Adormecida e até Lago da Ponte. Esta gruta está aberta todo o ano mas aconselha-se a marcação prévia para garantir a sua visita.

Outro complexo de grutas que vale a pena visitar, fica na outra Serra que dá nome a este Parque Natural. Falamos das Grutas de Mira de Aire, descobertas em 1947. Embarque numa viagem ao mundo das estalactites (suspensas no teto) e das estalagmites (que” crescem” do chão), e deixe-se impressionar (acontece facilmente) pela imponência da Sala Grande, pela cor da Sala Vermelha e pela grande descida até à Galeria. Visite também a Gruta das Moedas — não se vai arrepender.

Pelo caminho, não perca a cascata do Grande Lago, que é, de facto, uma experiência imperdível.

Com paragem marcada em Leiria, começamos pela visita ao Moinho do Papel, edifício reabilitado pelo Arquiteto Siza Vieira, é um ex-líbris da indústria Leiriense. A sua história remonta a 1411, o que o torna um dos primeiros moinhos de papel da Península Ibérica, numa época em que a indústria da moagem era determinante para o desenvolvimento económico da região. É nas margens do rio Lis que este moinho nos surpreende pelos antigos rodízios e pelas grandes azenhas. No interior vivencia-se todo o processo tradicional de produção de papel, onde todos são convidados a participar, e de moagem de cereais. Esta é, também, uma boa oportunidade para levar consigo alguma da farinha aqui produzida de forma artesanal.

Médio Tejo

Na bacia do rio Zêzere, encontra-se a magnífica Albufeira de Castelo do Bode, onde das águas mansas do Zêzere se pode contemplar o reflexo de Dornes e da sua Torre, Torre Pentagonal templária, mandada construir por Gualdim Pais. Atravessando o rio em direção à Sertã, dirija-se até à Praia Fluvial do Trízio ,é precisamente na Albufeira de Castelo do Bode que foi instalada a primeira estância de wakeboard do mundo, numa extensão de 30 quilómetros, com cinco localizações distintas, entre os concelhos de AbrantesFerreira do ZêzereSertãTomar e Vila de Rei. Falamos da Aldeia do Mato, do Lago Azul, de Trízio, de Montes e de Fernandaires.

Se a água for uma paixão, não deixe de mergulhar nas águas do Lago Azul, em Ferreira de Zêzere, onde a diversão invade as águas calmas durante o verão. Já a vista a partir daqui deslumbra o ano inteiro.

A apenas dez quilómetros do Centro Geodésico, é numa encosta soalheira, entre a Ribeira da Corga e a Ribeira da Galega, que a Aldeia de Xisto de Água Formosa nos brinda com o seu encanto, num cenário idílico de onde não apetece sair. Se estiver em família, arrisque num pequeno desvio que o levará até à Praia Fluvial do Penedo Furado e aos seus passadiços, que muitos turistas atraem. Neste espaço polivalente, aproveite as mais diversas atividades de lazer e recreio e contemple um cenário natural único.

Oeste

Quando pensamos no Oeste, a areia branca e o mar azul invadem de imediato o nosso imaginário. E quando falamos de praia, as ondas da Nazaré são das primeiras que desejamos encontrar.

Nazaré rima com praia e, por isso mesmo, pôr o pé no areal é obrigatório. Entrar no mar e apanhar umas ondas é opcional, mas acredite que vai encontrar muitos surfistas de prancha debaixo do braço a correr em direção à água. Ganhe coragem e marque, pelo menos, uma aula para aprender o básico e tirar partido de uma das melhores praias do país para a prática desta e de outras modalidades náuticas: a Praia da Nazaré.

Se o surf não for muito a sua onda, pode sempre optar por um passeio à beira-mar e descobrir as tradições locais. Não terá de caminhar muito até encontrar alguns barcos no areal, na zona mais a sul. Não estranhe: trata-se do Museu Vivo do Peixe Seco.

Siga até São Martinho do Porto, praia em forma perfeita de concha, conhecida por ser amiga das famílias com crianças, com diversão dentro e fora de água e alguns quilómetros de passadiços para tirar o pó das sapatilhas. Mais a sul, na Foz do Arelho, há água para todos os gostos. De um lado, a lagoa, com uma beleza inigualável e perfeita tanto para crianças como para amantes de windsurf, graças às suas águas calmas. Do outro, a praia aberta ao mar. Com poucas correntes, oferece condições ideais para a prática do surf. Se ainda tiver algum tempo livre, procure a Aldeia da Lapinha, de onde a vista sobre a Lagoa de Óbidos é ainda mais idílica, sobretudo se acompanhada pelo nevoeiro das primeiras horas da manhã.

A caminho de um dos ex-líbris naturais do país paramos em Peniche e seguimos depois em direção ao Cabo Carvoeiro, o mais ocidental da costa continental portuguesa a norte do Cabo da Roca. Não é preciso muito esforço para encontrar o Arquipélago das Berlengas, a oeste. O farol, de 25 metros de altura, é também um dos pontos mais concorridos de Peniche. Aqui, o nosso conselho é que siga a linha de costa do vertente sul da península. Pelo caminho encontrará pequenas praias escondidas entre as falésias e até a Gruta da Furninha, onde foram encontrados vestígios pré-históricos. Aproveite o céu azul e o mar infinito para uma sessão fotográfica.

As próximas experiências levam-nos para dentro de água. Pode subir para a prancha e aproveitar algumas das melhores ondas do país, na famosa Praia dos Supertubos. , na zona sul da Península. Conhecida por atrair muitos surfistas, é aqui que são organizados alguns dos mais importantes torneios da modalidade ao nível nacional e internacional. Além disso, o pôr do sol é de cortar a respiração.

Aproveitamos balanço para subir a bordo do barco que nos levará ao Arquipélago das Berlengas. A escolha do programa e respetiva compra de bilhete dá-se no Cais de Embarque, a poucos metros da marina, ainda que a reserva antecipada seja aconselhada. Faça-se ao mar sabendo que quanto mais pequena for a embarcação, mais sentirá a ondulação. Se achar necessário, leve uma pequena ajuda para os enjoos no bolso, mas saiba que em dias calmos a viagem faz-se sem qualquer sobressalto. Ajuda se começar desde logo a imaginar o que vai encontrar: uma praia de areia branca e água azul clara, a Praia do Carreiro, um forte com vistas deslumbrantes e um farol com panorâmicas privilegiadas. Perca-se pela reserva, salte para as águas azuis sempre que o calor apertar, descubra as grutas a bordo de uma pequena embarcação. Maravilhe-se neste santuário do mergulho e, claro, prove uma caldeirada com peixe acabado de pescar. Tenha apenas atenção ao horário de regresso ao continente.

Seguindo para sudoeste, pela N247, são apenas 14 os quilómetros que nos separam do Dino Parque, na Lourinhã. Este parque ganha pontos não só pelas réplicas, à escala, de dinossauros – gigantes, portanto –, como pela capacidade de entreter tanto adultos como crianças. Além de quatro percursos temáticos, existe ainda um terreno de escavação, um parque infantil, um pavilhão de atividades, um museu sobre dinossauros e um laboratório de preparação de fósseis. Para chegar, continue caminho durante alguns quilómetros com o mar como pano de fundo e, depois, as placas indicativas orientá-lo-ão. Se ainda assim restarem dúvidas, saiba que a última rotunda antes da entrada no parque tem um dinossauro com as patas a indicar o caminho.

Beira Baixa

A nossa viagem pela Beira Baixa inicia-se numa típica paisagem mediterrânica, pintada por cabeços de xisto, pequenas linhas de água, bosques, carvalhais e extensas áreas de azinheira.

Durante os 25 quilómetros ao longo da N332, vão surgindo indicações para a próxima paragem, revelando um nome familiar para os portugueses (mas não só): Monsanto. Suba à apelidada “Aldeia mais Portuguesa de Portugal e prepare-se para uma caminhada de rara beleza pelos caminhos de pedra desta Aldeia Histórica de Portugal, pela Rota dos Barrocais, com partida no Posto de Turismo. Do extraordinário casario à gastronomia local, passando pelo património histórico e pela contemplação da paisagem, a visita a Monsanto exigirá algumas horas, que lhe serão depois devolvidas em memórias únicas.

Fotografia: Pedro Cerqueira

Antes da última paragem desta etapa, aconselhamos que faça dois desvios ao longo da N239 em direção a Espanha.

A poucos minutos de Monsanto, encontrará, primeiro, Penha Garcia numa posição de defesa privilegiada que terá estado na origem de uma ocupação que remonta ao Neolítico. Mas para além da herança medieval, o segredo de Penha Garcia são os icnofósseis, mais conhecidos por “cobras pintadas”. Este é um importante testemunho que, em pleno Geopark Naturtejo, nos ajuda a compreender a Terra e os seres que a habitavam há mais de 100 milhões de anos.

Regressando ao itinerário principal, rumamos até Idanha-a-Velha. Sucessora da antiga cidade romana da Egitânia (Civitas Igaeditanorum), foi mais tarde ocupada pelos suevos e visigodos, mantendo até hoje vestígios de diversas épocas civilizacionais. Não deixe de passar por este complexo monumental e arqueológico, único a nível ibérico e, mais uma das Aldeias Históricas de Portugal. Sugerimos que percorra as muralhas romanas, o pelourinho, a Catedral, a Torre dos Templários, o Arquivo Epigráfico e, ainda, o Lagar de Varas. À semelhança do Complexo de Lagares de Proença-a-Velha, este último atesta a importância regional do azeite, ao ponto de ser produto de Denominação de Origem Protegida. Antes de seguir para a próxima etapa, aproveite para provar ou levar consigo uma boa dose de borrachões, os famosos bolos típicos desta região.

Situada entre a Serra da Estrela e o Tejo, chegamos à cidade de Castelo Branco. Comece por visitar o Museu Cargaleiro, que reúne a coleção privada e uma parte fundamental da obra de um dos nomes maiores da Arte Portuguesa: Manuel Cargaleiro.

Mas não se despeça de Castelo Branco sem passar no Centro de Interpretação Ambiental, ótimo tanto para miúdos como para graúdos. Aqui pode ficar a conhecer o importantíssimo património do Parque Natural do Tejo Internacional, bem como as atividades de turismo de natureza que nos esperam. Entusiasmado? É para lá que seguimos na próxima etapa.

Centro de Ciência Viva da Floresta é a próxima paragem, sobretudo se viajar com crianças. Situado no Pinhal Interior, permite tocar, experimentar, descobrir, imaginar e aprender sobre a floresta, fonte de conhecimento e de cultura que devemos valorizar e preservar. É aqui também que poderá encontrar os melhores produtos regionais.

Para finalizar, não descure as várias praias fluviais que fazem a delícia de toda a família. Duas das mais conhecidas são a Praia Fluvial da Aldeia Ruiva, na aldeia com o mesmo nome, e a Praia Fluvial do Malhadal, onde existe o primeiro parque aquático fluvial da Região Centro. Ambas são ótimas apostas e ambas contam, durante o verão, com muita diversão dentro de água e todos os equipamentos de apoio necessários para umas horas bem passadas.

Saiba mais sobre este projeto em 
https://observador.pt/seccao/centro-de-portugal/