Três deputados de Macau defenderam esta quinta-feira o reforço de medidas contra a infiltração de forças externas, num momento em que o país está a cerca de uma semana de celebrar os cem anos do Partido Comunista da China.

Na Assembleia Legislativa de Macau, o deputado Wu Chou Kit, que interviu também em nome dos deputados Ma Chi Seng e Chan Wa Keong, afirmou que o território e a China, de forma aquilo que considerou ser desenvolvimento e estabilidade, devem “persistir no caminho do Estado de direito socialista, com características chinesas, e persistir firmemente na defesa da lei para assegurar a soberania, a segurança e os interesses do País, evitando a infiltração de forças externas”. Para isso, os três deputados defenderam ser necessário uma revisão das leis contra a entrada de forças externas em Macau e impedir, “com todos os esforços, qualquer ação de apoio a indivíduos separatistas”.

Foi defendido ainda aquilo que classificou como aperfeiçoamento dos trabalhos de informação relativamente à segurança nacional e o aumento dos “esforços para impedir que forças estrangeiras aproveitem a RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] para atividades de destruição contra o Interior da China, e impedir essas conspirações logo no seu início”.

No seu discurso, foi lembrado ainda que no dia 1 de julho celebra-se o 100.º aniversário do Partido Comunista da China. “Sob a liderança do Partido Comunista da China, a China de hoje está na vanguarda do mundo ao nível da tecnologia avançada, da escala económica, e da capacidade para proteger a vida e a saúde das pessoas”, disse.

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Segundo o deputado, o PCC “conseguiu livrar-se das humilhações de há um século e realizar os desejos iniciais dos mártires, dos heróis e dos ascendentes, que se sacrificaram e contribuíram, com abnegação, para a revitalização da nação chinesa”.

Devemos sentir orgulho em ser chineses! Nós, chineses, não podemos esquecer a história da China, que foi invadida e intimidada pelas potências ocidentais”, frisou.

Esta tónica no discurso em relação à humilhação foi semelhante à declaração do dia anterior do chefe do Executivo do território, Ho Iat Seng, durante a inauguração em Macau de uma exposição de fotografias para assinalar o 100.º aniversário do PCC. Nesse discurso, o chefe do Executivo de Macau afirmou que o regresso do território e de Hong Kong à China pôs fim a 100 anos de humilhação chinesa.

O Partido Comunista da China [PCC] apresentou, de forma inovadora, a importante política ‘um País, dois sistemas’ e, sucessivamente, retomou o exercício da soberania sobre Hong Kong e Macau, findando assim cem anos de humilhação da nação chinesa”, afirmou Ho Iat Seng.

O líder do território administrado por Portugal até 1999 defendeu ainda que o Partido Comunista da China é “a base do sucesso da prática um ‘País, dois sistemas'”, que permite a Macau manter o sistema capitalista até 2049, entre outras garantias.

“O Partido Comunista da China é o pioneiro, o líder, o praticante e o defensor da causa ‘um País, dois sistemas’. Devemos estar cientes que o apoio e a defesa da liderança do Partido Comunista da China constituem a base do sucesso da prática ‘um País, dois sistemas’ em Macau”, sublinhou.

Hong Kong e Macau foram as últimas parcelas do território da China sob administração estrangeira. A transferência da administração de Macau ocorreu no final de 1999, pouco mais de dois anos depois de a China ter recuperado a soberania sobre Hong Kong. Em ambos os casos, Pequim aplicou o princípio “Um País, Dois Sistemas”, que permitiu a Hong Kong e Macau manterem o sistema capitalista e o modo de vida, incluindo direitos e liberdades de que gozavam as respetivas populações.

No discurso, Ho Iat Seng prometeu ainda que o território vai empenhar “os maiores esforços” para que o território seja governado por patriotas, “na consolidação constante da base político-social do ‘amor pela Pátria e por Macau'”.