O Banco Central brasileiro aumentou esta quinta-feira a projeção de crescimento da economia do Brasil de 3,6% para 4,6%, face ao bom desempenho que o país registou apesar da pandemia de Covid-19.
Segundo o órgão regulador, a nova projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro reflete os resultados positivos da atividade económica, que no primeiro trimestre do ano cresceu 1,2%.
O Banco Central brasileiro frisou também que o avanço da campanha de vacinação contra a Covid-19 e as medidas adotadas pelo governo para preservar empregos e rendimentos estão entre os aspetos que ajudaram a impulsionar a economia do gigante sul-americano.
No entanto, o órgão observou que ainda há “muita incerteza” sobre a taxa de crescimento, nomeadamente a possibilidade do surgimento de novas estirpes da Covid-19, a dificuldade de abastecimento e as eventuais complicações que a forte seca que o país enfrenta pode gerar, entre as quais, uma crise de energia.
A previsão de crescimento para este ano permitirá que o país recupere depois de a sua economia cair 4,1% em 2020, o pior resultado anual desde 1996 devido à pandemia de Covid-19. O Banco Central brasileiro projetou que a inflação vai fechar o ano de 2021 em 5,8%, acima dos 5% que havia projetado em março. A estimativa também supera a meta de inflação de 3,75%, que tem tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em maio, a inflação do gigante sul-americano subiu 0,83%, o maior resultado para aquele mês desde 1996, impulsionada principalmente pelas tarifas de energia elétrica e combustíveis, levando a taxa interanual a 8,06% e a acumulada nos cinco primeiros meses do ano a 3,22%.
As altas pressões inflacionárias obrigaram o Comité de Política Monetária do Banco Central a encerrar o ciclo monetário expansionista e começar a elevar os juros oficiais, agora em 4,25% ao ano, apesar da pandemia continuar descontrolada.