O secretário de Estado João Paulo Catarino disse esta terça-feira, na Lousã, que o território está “preparado” para a época dos incêndios, mas, advertiu, as “condições naturais e os eventos extraordinários convocam-nos para estar alerta”.

“Hoje o território está mais preparado do que nos últimos anos, porque há mais faixas de interrupção de combustível”, as bermas estão “limpas de uma forma geral e houve um forte investimento e um reforço substancial dos meios de combate”, afirmou o secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino.

Acho que estamos mais preparados, mas as condições naturais e os eventos extraordinários convocam-nos para estar efetivamente alerta, temos de ter muito cuidado, porque as condições são aquelas que conhecemos”, apelou.

O governante, que participava na sessão de apresentação do estudo de viabilidade do percurso ciclável “CeiraonBike”, em Casal de Ermio, no concelho da Lousã, sublinhou, por outro lado, a importância deste projeto para a valorização do capital natural do território.

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“Para além de uma valorização do capital natural do território, as intervenções feitas no rio Ceira prometem soluções de engenharia natural, que é uma vantagem, porque agredimos o mínimo possível o rio e possibilitamos que haja uma renaturalização progressiva das margens deste rio que tem uma vantagem enorme para toda esta região”, sustentou João Paulo Catarino.

O percurso ciclável “Ceira on Bike” pressupõe uma extensão de cerca de 139 quilómetros, através dos concelhos de Arganil (25,74 quilómetros), de Góis (40,98), da Lousã (17,07), de Miranda do Corvo (17), de Coimbra (4,93) e de Pampilhosa da Serra (33,39), no distrito de Coimbra.

A iniciativa integra-se ainda na estratégia do projeto “Rio Ceira– Gestão da Bacia Hidrográfica no Contexto de Alterações Climáticas“, que pretende valorizar os recursos hídricos da bacia do rio Ceira, requalificar infraestruturas hidráulicas ao longo do seu percurso, recuperar infraestruturas socioculturais e reabilitar ecossistemas ribeirinhos, entre outros.

“Este é o desafio que este território quer dar ao país. Dar a conhecer o maior percurso ciclável do país” disse o secretário executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, Jorge Brito.

“Este é um território percorrível de bicicleta que pretende configurar-se para as famílias, para as pessoas que procuram este tipo de atividade, com um conjunto de vários pontos de interesse”, sublinhou.

O percurso ciclável “Ceira on Bike” pretende utilizar estradas e caminhos pré-existentes, assegurar a maior proximidade possível ao rio ao longo de todo o traçado, garantir a ligação contínua ao património natural, quando necessário através de “ramais/desvios”, e ainda promover a segurança e compatibilizar as infraestruturas existentes e futuras, promovendo a intermodalidade.

“Esperamos com este projeto contribua para a valorização deste rio, e para que este seja catalisador do desenvolvimento ambiental e económico deste território”, salientou o vice-presidente da CIM da Região de Coimbra, José Alberto Dias.

O projeto “Rio Ceira — Gestão da Bacia Hidrográfica no Contexto de Alterações Climáticas”, que faz parte da estratégia de gestão e valorização do rio Ceira, é desenvolvido em parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), com a Faculdade de Engenharia da Universidade de Porto (FEUP) e ainda com os municípios de Arganil, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Coimbra e Pampilhosa da Serra.