Não conta para as medalhas, conta e muito para o orgulho e para a reputação: a equipa olímpica de basquetebol dos EUA perdeu com a congénere nigeriana, por 90-87. O resultado é surpreendente, não só pela teórica (e prática, admita-se) diferença de qualidades entre os conjuntos, mas também porque foi apenas a terceira derrota dos norte-americanos em jogos de preparação desde 1992, ano em que os jogadores da NBA começaram a competir pelos EUA com o famoso Dream Team de Barcelona com Jordan, Magic, Bird e companhia.

Os norte-americanos, liderados por jogadores como Kevin Durant ou Damian Lillard, entraram em campo com 54 vitórias em 56 jogos “particulares” desde a já referida data, sendo, por isso, expectável que acontecesse mais uma vitória.

Até porque os últimos resultados entre EUA e Nigéria foram, no mínimo, desnivelados. Em 2016, também num encontro de preparação, o Dream Team norte-americano ganhou 110-66. Já nos Jogos de Londres, em 2012, os nigerianos perderam por 83 (!) pontos. 

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Foi uma espécie de vingança nigeriana, representantes do continente africanos nos Jogos Olímpicos de Tóquio, com a equipa a ser liderada por Mike Brown, adjunto dos Golden State Warriors, mas com vasta experiência como treinador principal na NBA.

Em Las Vegas, a Nigéria apresentou-se com oito jogadores com experiência na mais importante liga de basquetebol do planeta. Esse conhecimento da NBA pode ter ajudado, mas não ajudou mais do que os números que os nigerianos conseguiram em lançamentos atrás da linha dos três pontos. Concretizaram quase 50% desse tipo de lançamentos, marcando 20 em 42 tentativas. Só aí foram 60 pontos…

Individualizando a surpresa nigeriana, desta para Gabe Vincent, jogador dos Miami Heat, que fez 21 pontos e lançou 6 em 8 da linha de três. Caleb Agada, com 3 em 3 nos triplos, ajudou com 17 pontos.

Nos EUA, Kevin Durant, figura maior do conjunto olímpico para Tóquio, anotou 17 pontos, mas com um jogo pobre ao nível dos lançamentos de campo (4 em 13). Jayson Tatum contribuiu com 15 pontos e Lillard com 14. Destaque ainda para a capacidade dos nigerianos na luta das tabelas, ao conseguirem mais 12 ressaltos do que os craques orientados por Gregg Popovich, líder dos San Antonio Spurs.

Kevin Durant, que não cumpriu o objetivo de ser campeão pelos Brooklyn Nets, é uma das grandes figuras dos EUA

Depois da desilusão no Mundial da China, em 2019, em que ficaram apenas no sétimo lugar, os EUA continuam a ser o grande candidato à medalha de ouro em Tóquio, apresentando inúmeros jogadores de topo, mesmo que outros, como James Harden, LeBron James ou Steph Curry não estejam presentes.

À equipa dos EUA vão ainda juntar-se, depois da final da NBA, Jrue Holiday e Khris Middleton, dos Milwaukee Bucks, e Devin Booker, dos Phoenix Suns. E quanto mais a última série durar, menos tempo de preparação irão ter.