A onda de calor que já matou pelo menos cinco pessoas nos Estados Unidos da América (EUA) está a provocar ou a intensificar uma série de incêndios florestais. O fogo de Beckwourth, no norte da Califórnia, que nasceu de um raio que atingiu a Floresta Nacional de Plumas, e tem crescido ao longo da fronteira com o estado do Nevada, não mostra ainda sinais de abrandar. Pior: duplicou de tamanho só entre sexta-feira e sábado — destruindo cerca de 20 casas, de acordo com a NBC News. Também em Washington um outro fogo dobrou de tamanho, enquanto no Arizona dois bombeiros morreram este fim de semana a lutar contra as chamas que invadiam o condado de Mohave.

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Mas o que está a devastar a Califórnia é o maior deste ano, até agora. Já no final de sábado, as chamas conseguiram chegar à estrada Interestadual 395 e puseram em causa algumas propriedades do condado de Washoe. “Ordens de evacuação restabelecidas para as comunidades Rancho Haven e Flanigan Flats. Tome medidas imediatas para proteger animais de grande porte e gado”, alertou o Distrito de Proteção contra Incêndios de Trickee Meadows.

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No dia seguinte, os ventos estavam mais fortes, o que iria complicar o controlo do fogo. Por isso, as regiões de Rancho Haven, Fish Springs e Flanigan Flats foram obrigadas a evacuar.

O incêndio começou a 2 de julho e estava apenas 8% contido na manhã de sábado, tendo aumentado para 222 quilómetros quadrados, ao passo que os bombeiros enfrentavam temperaturas de 100 graus Celsius. Foi ainda criado uma nuvem de fumo e cinzas que, combinado com o calor seco, gerou os seus próprios raios. “Enquanto estiver tão quente e tivermos baixa humidade, é um pouco difícil dizer quando e onde vamos domar isto”, disse Lisa Cox, oficial de informação para os incêndios do Complexo Beckwourth, ao Los Angeles Times. A massa cinzenta é problemática: pode criar, para além de mais relâmpagos, ventos fortes que ajudem na propagação do fogo.

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O incêndio estava espalhado por grupos de árvores distintos e os bombeiros viam ainda chamas a devorar barracas de madeiras, a juntar aos focos de brasas que nasciam ao longe, o que “aumentava a velocidade de propagação do fogo porque está realmente a mover-se entre as copas das árvores”, descreveu. No fundo, “atravessa as árvores até ficar sem árvores”, esclareceu.

A 483 quilómetros daí, no Vale da Morte, no deserto de Mojave, situado a sudeste da Califórnia, os termómetros atingiram os 54 graus Celsius na passada sexta-feira — o valor mais alto desde julho de 1913 — quando o deserto de Furnace somou 57 graus Celsius, considerada a temperatura mais alta medida na Terra. No sábado, registaram-se 53 graus. Os profissionais explicam que o ar está tão seco que muita da água lançada pelos meios aéreos evapora antes de chegar ao terreno, conta a BBC.

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Mas não foi o único a atormentar os norte-americanos. Com o apoio de ventos fortes, um outro incêndio florestal conseguiu duplicar de tamanho a sul do Estado de Oregon, na Floresta Fremont-Winema. O fogo danificou cabos que enviam a eletricidade para a Califórnia e a população foi aconselhada a reduzir ao máximo o uso de eletrodomésticos e manter os termostatos mais elevados durante a noite.

As chamas nos EUA ainda se elevaram a leste do condado de San Diego, na Califórnia, depois de terem sido iniciadas por uma plataforma a arder, no sábado. Já em Washington um outro incêndio cresceu para quase 155 quilómetros quadrados, à medida que ia escurecendo, conta o The Guardian. Mas nenhum é tão grande como o da Califórnia.