O conselho de administração do Novo Banco lançou uma auditoria interna para avaliar as condutas que estão descritas pelo Ministério Público no despacho de indiciação, apurou o Observador. A auditoria, que está a ser feita pelo diretor de auditoria interna, Pedro Reis, foi lançada logo no dia após as buscas que foram realizadas na instituição financeira, relacionadas com o caso da Imosteps, empresa de Luís Filipe Vieira.
Ao Observador, já em reação a esta notícia, Vítor Fernandes complementou que ele próprio pediu ao presidente do Novo Banco (António Ramalho) para fazer uma auditoria com estes contornos. “No sábado enviei um email dirigido ao dr. António Ramalho a solicitar a realização de uma auditoria aos acontecimento que estão na origem da realização das buscas judiciais”, afirmou o banqueiro, ao Observador.
Operação Cartão Vermelho. Vitor Fernandes e António Ramalho foram alvo de buscas judiciais
O banqueiro que está indigitado para presidente do Banco de Fomento, Vítor Fernandes, enquanto esteve no Novo Banco poderá ter, suspeita o Ministério Público, transmitido informação privilegiada a Luís Filipe Vieira, noticiou o Observador. Também um jurista do Novo Banco (chamado Álvaro Neves) terá tido idêntico papel nos negócios imobiliários entre Vieira e o José António dos Santos, o Rei do Frangos, como a TVI e o Observador avançaram na quarta-feira.
Todas as trocas de informação relacionadas com este caso estão a ser analisadas nesta auditoria interna, que ainda não tem prazo para ser concluída. Vítor Fernandes e Álvaro Neves estão referenciados pelo MP, mas não são arguidos nem lhes é imputado qualquer alegado ilícito criminal.
Contactada pelo Observador, fonte oficial do Novo Banco não quis fazer comentários.
O Observador noticiou, também, ainda na semana passada, que a ida de Vítor Fernandes para presidente do Conselho de Administração do Banco de Fomento pode estar tremida. O nome do bancário, que esteve no Novo Banco, surge no despacho de buscas do Ministério Público sobre a Operação Cartão Vermelho como um elemento com quem Luís Filipe Vieira tinha uma relação privilegiada, tendo – alegadamente – informado o presidente do Benfica acerca de vários negócios vantajosos, depois concretizados através de alegados testas de ferro. No entanto, apesar de Vítor Fernandes ter sido referenciado pelo MP, até ao momento não é arguido nem lhe é imputado qualquer alegado ilícito criminal.
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