A partir desta segunda-feira, os utilizadores do Youtube em Portugal vão poder passar a utilizar a nova plataforma móvel da Google para fazer vídeos curtos até 60 segundos. Chama-se Shorts, ainda está numa versão de testes, mas quer começar já a concorrer com outros serviços semelhantes, como o TikTok ou o Instagram Reels. “Há coisas que o TikTok fez que também queremos fazer”, assume a Google numa videoconferência de apresentação deste produto, na qual o Observador participou.

O Youtube Shorts foi lançado inicialmente em março, nos EUA. À semelhança do Instagram Reels, e ao contrário do TikTok, não vai ser preciso instalar uma aplicação extra no telemóvel. Ou seja, a partir de agora, todos os utilizadores do Youtube que tenham a app da plataforma de vídeo no smartphone vão poder aceder aos “shorts” (“curtas”, em português). Por isto, a Google diz: “Queremos construir o Youtube Shorts dentro do Youtube”. Contudo, quem quiser ver estes vídeo curtos noutros dispositivos, como o site de Youtube para navegadores de internet, vai ter de esperar por mais opções nativas: “Ainda não fizemos uma versão para desktop ou tablet, mas queremos fazer”, assumiu um responsável da empresa.

Com o Shorts, estamos a tornar mais fácil criar e carregar vídeos diretamente a partir do seu telefone. E as pessoas que vêm ao YouTube para se divertir irão encontrar o Shorts perfeitamente integrado na experiência do YouTube, como um destino específico apenas para vídeos curtos”, explica a Google.

A principal alteração com a adição do Shorts vai ser para os utilizadores que costumam carregar vídeos no Youtube. Agora, se o vídeo tiver menos de 60 segundos, e for feito em formato vertical, o ângulo como costumamos pegar nos smartphones, é sugerido que seja carregado novo formato shorts. Ou seja, o formato de vídeo que utilizam o TikTok e o Reels, que foi lançado em agosto de 2020. A Google assume que “alguns criadores” vão passar a ser “multiplataforma”, confirmado ainda que está a trabalhar com alguns produtores de vídeo de outras plataformas já existentes. “Como parte de nosso programa de suporte em escala, trabalhamos com uma variedade de criadores – quer sejam criadores endémicos, celebridades ou criadores de formatos curtos”, conta a Google, em resposta ao Observador.

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À semelhança de outras plataformas, o Shorts tem também opções nativas para quem quiser fazer vídeos com o smartphone para serem publicados neste novo serviço. Como “adicionar texto a pontos específicos no seu vídeo; excertos de áudio de outros shorts para remisturar na sua própria criação”; ou “adicionar filtros básicos para corrigir a cor dos seus shorts, com mais efeitos a serem disponibilizados futuramente”. Sendo um serviço integrado no Youtube, este vai contar também com o conteúdo da plataforma já existente. “Por exemplo, se ouvir um excerto de uma música no Shorts, poderá facilmente encontrar a música completa, assistir ao videoclipe ou aprender mais sobre o artista – tudo no YouTube“, adianta a empresa.

O YouTube tem estado a trabalhar nesta ferramenta desde abril de 2020. Para já, continuará a ser uma versão “beta” (de testes). “Estamos numa altura em que o produto está a tornar-se mais maduro (…) mas não sabemos quando tiraremos a referência de beta”, assume a empresa. Os vídeos do Shorts vão ter as mesmas restrições que os vídeos nos Youtube já têm. Desde que a primeira versão foi lançada em março, a Google diz que já contabilizou “6,5 mil milhões de visualizações diárias em todo o mundo”.