A Arábia Saudita prepara-se para receber 60.000 pessoas a partir do fim de semana nas cidades muçulmanas sagradas de Meca e Medina para a peregrinação anual, o haje, com rigorosas medidas de prevenção e controlo devido à pandemia.
Trata-se do segundo ano que o reino limita o número de peregrinos e apenas permite a realização do haje — de 18 a 23 de julho — aos residentes no país, que este ano terão ainda de ter a vacinação completa. Antes do aparecimento do coronavírus, o país recebia nesta altura cerca de dois milhões de fiéis de todo o mundo.
O governador de Meca e responsável pelo comité organizador do evento religioso, Khalid al-Faisal, visitou na segunda-feira os recintos religiosos, onde “a tecnologia é utilizada para servir os peregrinos“, segundo media locais, citados pela agência noticiosa espanhola EFE.
Dispositivos de desinfeção, portas de controlo e acessos “inteligentes” para garantir a distância de segurança foram instalados no percurso da peregrinação e no recinto da Kaaba (cubo em árabe, o edifício sagrado em torno do qual circulam os peregrinos), na Grande Mesquita.
Nestas instalações e na mesquita do profeta Maomé, na cidade de Medina, utilizam-se robôs esterilizadores e outros para distribuir água sem contacto. Pela primeira vez no haje, cada peregrino terá um “cartão inteligente“, com informações sobre o seu estado de saúde e local de alojamento.
Para evitar aglomerações, existem quatro centros nos arredores de Meca para receber os fiéis quando chegam à cidade e organizar o seu transporte em autocarros para os hotéis junto à Grande Mesquita.
Segundo a agência de notícias saudita, SPA, “foram preparadas mais de um milhão de refeições” e cada peregrino será servido no seu quarto para evitar concentrações nos restaurantes. O haje, que o ano passado apenas foi permitido a mil pessoas, é um dos cinco pilares do islão, obrigatório pelo menos uma vez na vida para todos os muçulmanos com capacidade económica e física.