“Um Bando de Vigaristas em… Hollywood”

Hollywood, anos 70. Max Barber (Robert De Niro), um produtor veterano, em fim de linha e falido, deve dinheiro a um mafioso, Reggie Fontaine (Morgan Freeman) que não está para brincadeiras. Em desespero, Barber e Walter (Zach Braff), o seu jovem associado, decidem rodar um “western” de baixo orçamento com um ator velho, esquecido e amigo dos copos Duke Montana (Tommy Lee Jones), provocarem a morte deste durante a rodagem, receberem o dinheiro do seguro, pagarem a Fontaine e salvarem a pele. O problema é que o papel dá nova vida a Montana, que vai escapando a todas as armadilhas que Barber e Walter lhe metem no caminho. Realizado por George Gallo, “Um Bando de Vigaristas… em Hollywood” é o “remake” de um obscuro filme dos anos 80, e uma sátira, “soft” e mediana, aos meandros da indústria do cinema americano, com um punhado de “gags” bem arrancados e Tommy Lee Jones a dar cartas no papel do “cowboy” decrépito que parece ter sete vidas.

“Sweet Thing — Infância à Deriva”

Billie e Nico são dois irmãos sem sorte. O pai é um bêbado irresponsável, a mãe saiu de casa e não lhes liga, vivem no limiar da pobreza, fazem gazeta à escola e passam o tempo à procura de coisas para vender. Um dia, o namorado da mãe tenta molestar Nico. Ajudados por Malik, um amigo, os irmãos agridem-no, deixam-no por morto e fogem os três. Alexandre Rockwell fez “Sweet Thing-Infância à Deriva” comungando do mais genuíno espírito “indie”: o filho, a a filha e a mulher interpretam três dos papéis principais, a equipa de filmagem foi composta quase só por alunos seus, a rodagem durou sete semanas, o orçamento foi reduzido ao estritamente essencial e a fotografia é a preto e branco, com lampejos de cor. Só que já vimos esta história de miúdos desamparados em fuga e em roda livre muitas vezes, em registos mais dramáticos ou mais ligeiros. A única nota original é a obsessão de Billie por Billie Holiday, que a rapariga imagina estar a seu lado nos momentos mais difíceis.

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“O Meu Burro, o Meu Amante e Eu”

Inspirado no livro de Robert Louis Stevenson Travels With a Donkey in the Cévennes, o relato de uma viagem de 12 dias que fez pela região montanhosa das Cévennes, em França, acompanhado por uma burra muito teimosa chamada Modestine, esta comédia estival de Caroline Vignal tem Laure Calamy no papel de Antoinette, uma professora de Paris que, não podendo ir de férias, à última hora, com o seu amante, o pai (casado) de uma aluna, decide segui-lo, e à sua família, pelos trilhos das Cévennes que eles foram percorrer durante uma semana, acompanhada por um burro chamado Patrick. Só quando lá chega é que percebe que a maior parte das pessoas faz a viagem a pé, porque os burros têm o seu feitio e por vezes são difíceis de se fazerem obedecer. “O Meu Burro, o Meu Amante e Eu” foi escolhido pelo Observador como filme da semana e pode ler a crítica aqui.