Numa altura em que já se começa a falar em “libertação”, há quem esteja preocupado com as falhas que se repetiram durante o tempo em que as regras ainda tinham caráter obrigatório. O momento em que se possa deixar de usar máscaras em espaços fechados ainda está longe de ser imaginado e, depois de dois anos letivos com regras diferentes, os professores alertam para a falta de cumprimento de algumas das medidas essenciais para travar a propagação do vírus que causa a Covid-19.

Segundo o líder da Federação Nacional de Educação (FNE), no 3.º período de aulas deste ano os números em relação ao incumprimento de regras já eram expressivos com mais de metade dos alunos. não respeitar o que estava definido. “50,4% dos estudantes retiravam as máscaras fora das salas, 30,9% durante as aulas e 28,5% não higienizava as mãos”, cita a edição desta sexta-feira do Jornal de Notícias.

O número aumenta se olharmos apenas para a questão do distanciamento físico: tanto professores como funcionários das escolas responderam à consulta feita pela FNE afirmando que “mais de 80% dos alunos não respeitavam o distanciamento físico”.

A FNE aponta a falta de recursos e acusa o Governo de “propagandear” sem medidas concretas e apela a que se reduza o número de alunos por turma e por professor. Segundo os professores, um quarto das escolas não tiveram condições para aplicar os planos de intervenção pedagógica depois de regressar ao regime presencial e um terço não tiveram acesso aos recursos que precisavam para o trabalho docente, destacando os professores que os computadores prometidos pelo Governo só foram entregues “no final do ano letivo”, com muitos a terem optado por devolver na mesma semana o material já que o ministério da Educação nunca aceitou discutir a “comparticipação de despesas feitas pelos professores para assegurarem o ensino à distância”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR