Sem Simone Biles, que afinal volta à competição na próxima terça-feira, a competição de solo na ginástica feminina foi de qualquer forma e mais uma vez de ouro para uma norte-americana, depois de Biles em 2016 e Aly Raisman em 2012. Esta segunda-feira, em Tóquio, foi Jade Carey, vinda diretamente da região de Phoenix, no Arizona, EUA.

Além de um grito de libertação e vitória, Jade partilhou um abraço com Brian, seu pai e treinador. E não foi um abraço qualquer, claro, porque além de serem pai e filha, ambos tinham partilhado um momento semelhante no dia de ontem, mas mais envolto em tristeza. Isto porque, na final do cavalo, um pequeno deslize deixou a jovem atleta no oitavo lugar e em lágrimas. Sem medalha, sem um bom resultado.

Esta segunda-feira, no entanto, tudo mudou, e uma pontuação de 14.366 valeu-lhe mesmo o ouro, naquela que foi a sua primeira medalha olímpica. Estava estabelecido a priori que Carey participaria nesta vertente — de que sai como a melhor do mundo —, mas também no cavalo, o tal onde as coisas não correram bem. Com a saída de Simone Biles do all around, acabou por ir também a concurso, acabando no oitavo lugar. Uma excelente prestação para uma jovem atleta que interrompeu os planos universitários no Oregon para de preparar para Tóquio 2020 (e depois Tóquio 2021).

Ontem foi muito duro para mim. Esta noite, tive de deixar ir”, afirmou Carey segundo o New York Times. A agora medalha de ouro referiu ainda que após a má prestação de domingo recebeu bastante apoio de toda a equipa, em especial Simone Biles, que falou com ela no regresso ao hotel da equipa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Para Jade, que deixou as colegas em êxtase e aos pulos nas bancadas (incluindo Biles), os maus resultados já devem estar bem, bem para trás, assim como Vanessa Ferrari (prata), Mai Murakami e Angelina Melnikova (partilharam o bronze).

A italiana Ferrari, aos 30 anos, nos seus quartos Jogos Olímpicos, saiu do tapete com um 14.200 e fez história. Conquistou a prata e primeira medalha de Itália na ginástica desde 1928. Histórica foi também Mai Murakami. Os japoneses são muito fortes nesta modalidade, mas as japonesas não venciam medalhas na competição feminina desde 1964 — precisamente nos últimos Jogos de Tóquio.