O Afeganistão está no meio de uma onda de violência que se espalhou por grande parte do país, existindo um cerco talibã às grandes cidades, e que já originou um ataque junto a um membro do Governo.

A pior luta entre os Taliban e as forças de segurança afegãs na terça-feira foi na cidade de Lashkargah, capital da província sul de Helmand, onde pelo menos 40 civis foram mortos quando o exército pediu a evacuação da cidade para uma grande contraofensiva.

O aumento da violência talibã, que coincidiu com o início da fase final da retirada das tropas estrangeiras em 01 de maio, levou ao êxodo de quase 100.000 famílias nas últimas duas semanas, uma situação ainda agravada pelas altas temperaturas de Verão.

A maioria dos deslocados pertencem a províncias onde ocorrem fortes ofensivas insurrectas, incluindo Kandahar, Helmand e Herat, localizadas no sul e oeste do país, que se encontram sitiadas.

No final da tarde de terça-feira, Cabul foi palco de um atentado com um carro armadilhado e subsequente disparo contra a residência do ministro da Defesa afegão, Bismillah Khan Mohammadi, que não ficou ferido.

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O ataque, num bairro residencial no centro da capital perto da Zona Verde de alta segurança, terminou quase quatro horas depois com pelo menos oito pessoas mortas, incluindo os quatro atacantes, e 11 feridos.

Face à grave situação no país, o Governo afegão anunciou na terça-feira que “nos próximos dias” procurará o apoio decisivo da comunidade internacional para uma solução política com os Talibãs e o fim da guerra em duas conferências em Doha.

O Conselho de Segurança da ONU também manifestou a sua preocupação com a escalada da violência no Afeganistão na sequência da ofensiva militar lançada pelos Taliban e instou os rebeldes e o Governo a negociar.