Poucos sabem que a famosa canção interpretada por Whitney Houston “I Will Always Love You” foi escrita e composta por Dolly Parton em 1973. Com os direitos de autor sobre a música, a cantora country arrecadou 10 milhões de euros que, mais tarde, investiu na construção e reabilitação de escritórios, estúdios e habitações num bairro pobre e maioritariamente habitado por afro-americanos em Nashville, Tennessee.
“Um dia ia a passear de carro e ouvi a versão da Whitney na rádio. Tive que parar imediatamente ainda que, de início, tenha estranhado a versão. No final estava totalmente rendida e emocionada com a sua voz”, referiu Parton no programa WatchWhatHappensLive, do canal norte-americono Bravo TV, na passada quinta-feira.
A canção ficou famosa na voz de Whitney, também por causa do êxito do filme “The Bodyguard” (“O Guarda-Costas”, na versão portuguesa), de 1993. O filme fez com que este se tornasse o single mais vendido de sempre por uma mulher, tenho atingido mais de 20 mil cópias em todo o mundo.
Ao comparar os números de visualizações do hit na voz de ambas as cantoras no Youtube, vê-se uma grande diferença. O vídeo oficial de Dolly Parton tem cerca de três milhões e meio de visualizações, enquanto que o de Whitney Houston tem mais de um bilião.
Compreende-se assim que, com os direitos associados à composição da música, Dolly Parton tenha conseguido ganhar 10 milhões de euros com a interpretação de Houston. Ainda assim, o fim dado a este dinheiro foi totalmente de caráter filantropo, revelou a cantora na mesma entrevista.
Começou por comprar uma casa e um complexo de escritórios e estúdios de gravação em Nashville. Mais tarde, apercebeu-se que estaria ao lado de um bairro negro em decadência, com cada vez menos população e num estado de grande degradação e de pobreza. O objetivo foi, desde logo, revitalizar uma zona que se encontrava em declínio, fora de moda há mais de 30 anos.
“Foi nesse momento que me pus na pele da Whitney e pensei: vou investir neste bairro e trazer-lhe a vida de volta“, referiu a cantora. Queria, portanto, prestar uma certa homenagem à mulher que lhe dera toda aquela fortuna e investiu-a em centros comerciais, escritórios e habitações . “Hoje gosto de pensar que foi uma casa para muitas pessoas que a Whitney conseguiu construir”, acrescentou.
Na realidade, este gesto não se tratou de um caso isolado, mas apenas um dos capítulos mais notáveis de um longa carreira de filantropia da compositora e cantora. No ano passado, ajudou também a financiar investigação para a vacina contra o coronavírus com uma doação de um milhão de dólares.
“Não consegui acreditar como é que a Whitney fez aquilo. É tão bonito que a minha pequena canção se tenha tornado naquilo, foi um grande, grande acontecimento”, concluiu a cantora.