O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, reafirmou esta sexta-feira que a missão do órgão que dirige “não é mudar os sistemas políticos“, como o regime de Alexandr Lukashenko na Bielorrússia.
Thomas Bach respondeu desta forma quando questionado se o COI pretendia adotar novas medidas contra Minsk no caso da velocista bielorrussa Krystsina Tsimanouskaya, durante uma conferência de imprensa de balanço de Tóquio2020.
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O COI anunciou a expulsão dos Jogos Olímpicos dos técnicos bielorrussos Artur Shimak e Yury Maisevich, depois de criar uma comissão disciplinar para “esclarecer as circunstâncias” em torno da tentativa de repatriamento forçado de Tsimanouskaya.
O procedimento disciplinar “continua”, disse o alemão Thomas Bach, acrescentando que “medidas ou sanções adicionais” podem ser tomadas se a comissão considerar necessário.
A nossa missão e o nosso objetivo não é mudar nenhum sistema político. A nossa responsabilidade é proteger os atletas o máximo possível”, adiantou o ex-campeão olímpico de esgrima.
Bach recordou que o COI não reconhece a eleição de Viktor Lukashenko, filho do presidente da Bielorrússia, como chefe do comité olímpico daquele país, por não ter garantido que os atletas do seu país não sejam discriminados pelas suas opiniões políticas.
Krystsina Tsimanouskaya, que competia nos Jogos Olímpicos Tóquio2020, negou-se a regressar à Bielorrússia com medo de represálias, depois de o Governo de Minsk a acusar de “instabilidade emocional e psicológica”.
A velocista de 24 anos tinha-se queixado nas redes sociais do mau planeamento das autoridades desportivas bielorrussas e, já que no passado manifestou o seu apoio aos dissidentes democráticos do seu país, declarou temer pela sua segurança e pediu proteção à polícia japonesa.
Varsóvia concedeu um visto humanitário a Tsimanouskaya e ao seu marido, Arseny Zdanevich, que viajou na quarta-feira de Minsk para a Ucrânia.