Um memorando interno do Departamento de Estado norte-americano avisou a administração Biden, em 13 de julho, que as forças talibãs poderiam ter uma ascensão rápida assim que as tropas norte-americanas começassem a sair – e a capital, Cabul, muito rapidamente poderia cair para as mãos dos talibãs.

O The Wall Street Journal noticiou este memorando confidencial na noite de quinta-feira, um documento que é o sinal mais claro, conhecido até ao momento, de que a administração norte-americana conhecia os riscos de uma retirada do Afeganistão – que estava prevista acontecer até 31 de agosto.

Biden foi avisado pelo próprio Departamento de Estado sobre colapso rápido de Cabul

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O documento avisava, explicitamente, para o risco de um avanço territorial rápido por parte dos talibãs, capaz de levar ao colapso das forças de segurança afegãs. Sugeria-se, também, possíveis medidas para mitigar a crise e acelerar a evacuação – e aconselhava-se a administração a usar linguagem mais dura para descrever as atrocidades cometidas pelos talibãs.

Este foi um memorando assinado por 23 pessoas ligadas à embaixada dos EUA, todas norte-americanas, e foi enviado através de um serviço interno chamado “dissent service“, que serve para que qualquer responsável ligado à administração e diplomacia possam comunicar opiniões ou factos que possam divergir das políticas que estão em curso. O WSJ confirma que o Secretário de Estado, Antony Blinken, recebeu e analisou o documento.

Nesse mesmo mês de julho, o Presidente Joe Biden afirmava em conferência que era “altamente improvável” que se desse uma queda do regime afegão e uma tomada do poder pelos talibãs.

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