Duas derrotas em dois jogos no arranque da Premier League para o tão português Wolverhampton agora orientado por Bruno Lage não deixavam antever um começo auspicioso. O que podia ainda animar um pouco os adeptos dos Wolves era o jogo apresentado pela equipa, que contra o Tottenham (0-1) de Nuno Espírito Santo, por exemplo, não jogou nada mal.
Na tarde deste domingo, no Molineux, a sua casa, e frente aos seus adeptos, os pupilos de Bruno Lage voltaram a mostrar que são uma equipa que gostam de ter bola, de jogar e, claro, de explorar as suas vantagens. Neste caso a força bruta de Traoré, a habilidade de Trincão ou a segurança de Moutinho e Rúben Neves. Do outro lado estava o Manchester United, agora novamente de Cristiano Ronaldo. E isso notou-se bem nas bancadas, com vários adeptos dos red devils a mostrarem adereços alusivos ao português. Com Bruno Fernandes de início, claro, e no jogo 100 de Solskjaer no comando da equipa, cedo se percebeu quem ia criar mais perigo e tinha mais dinâmica: a equipa da casa, que alinhou com Nelson Semedo, Rúben Neves, Trincão e João Moutinho, entrando mais tarde Podence e Fábio Silva.
Aos 6′, teve de ser Bissaka a tirar um remate de Trincão quase na linha de golo e uns minutos antes Jimenez, num contra ataque, obrigou De Gea a uma defesa. Traoré é um problema para qualquer defesa, atrai muito, e quando solta nos colegas eles têm também muita qualidade. Aos 13′, foi Moutinho que quase fez golo e aos 26′ foi Saïss a estar perto do remate certeiro. Os problemas continuavam para o United que, contudo, podiam ter marcado aos 45′, por Greenwood, após uma assistência primorosa do suspeito do costume Bruno Fernandes.
Na segunda parte e com essa obrigação, o Manchester United assumiu mais a bola e até meteu em campo a camisola número… 7. Que é, pelos vistos, mesmo para Cavani e não Cristiano Ronaldo. Com o Wolverhampton a defender bem, o United tentava passes longos de Pogba e num deles Bruno Fernandes até apareceu em zona perigosa. Mas o perigo veio dos do costume, o Wolves, e neste caso foi Trincão a ficar perto do golo. Bruno Lage, no banco, ria-se, muito provavelmente pela falta de eficácia da sua equipa…
… e bem que se podia rir, porque aos 69′, De Gea salvou duas bolas praticamente em cima da linha na sequência de um canto marcado por Moutinho. Saïss cabeceia forte para defesa do espanhol, que na recarga vê De Gea ter reflexos impressionantes e negar o 1-0.
O golo viria mesmo a acontecer, mas do Manchester United, por Greenwood, à entrada dos últimos dez minutos, o que efetivou a derrota e o arranque super negativo do Wolverhampton de Bruno Lage (e restante armada portuguesa) que tem agora três derrotas em três jogos sem qualquer golo marcado.
O próximo passo é diferente para as duas equipas: para o Wolves, tentar marcar e ganhar, porque jogar já joga e bem. Para a equipa de Manchester é acrescentar à equipa um tal de Cristiano Ronaldo.