Um grupo de refugiados afegãos que deixaram o país no mês passado estão sem opções e isolados na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia. São 32 pessoas, entre mulheres, homens e um adolescente de 15 anos que, segundo o The Guardian, estão presos no mesmo local, perto da aldeia de Usnarz Górny, a cerca de 55 quilómetros de Białystok, há quase três semanas, sem acesso a água potável, alimentos e abrigo.

A Fundação Ocalenie, citada pelo jornal britânico, conta que há uma mulher doente e a precisar de tratamento médico, mas os guardas de fronteiras não autorizaram a assistência. “É uma crise humanitária agora. Eles não têm abrigo adequado, não têm acesso a água limpa, estão a beber água de um riacho que está muito sujo”, explicou Mariana Wartecka, porta-voz da ONG.

Os migrantes não estão autorizados a entrar na Polónia e não podem regressar à Bielorrússia, país que deixaram porque tinham a União Europeia como meta. O presidente bielorrusso Lukashenko, numa retaliação à Europa, terá atraído refugiados para o país com a promessa de os deixar entrar no Espaço Schengen, mas agora quem ali chegou está sem opções.

Aleksandra Fertlińska, ativista da Amnistia Internacional na Polónia, refere que estas pessoas são “vítimas do jogo político entre países”, sendo que o mais importante não pode ser esta “guerra”, mas sim os refugiados que, recorda, “estão protegidos pela convenção de Genebra”. “O que precisamos fazer é… aceitá-los”, insiste.

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Já na semana passada o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos ordenou que Polónia e Letónia ajudassem os refugiados que se encontram nas fronteiras com alimentação, água, roupa, cuidados médicos e, se possível, abrigos, mas não foi emitida qualquer obrigatoriedade para que os requerentes de asilo entrassem.

Além disso, há um passa-culpas, com o Governo da Polónia a dizer que os migrantes estão em território bielorrusso e que não têm responsabilidades.

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