O eurodeputado Paulo Rangel falou este sábado pela primeira vez sobre a sua orientação sexual, explicando que apesar da “tentativa de campanha negra”, a sua homossexualidade “não é problema nenhum, é uma coisa que nunca escondi”.No programa Alta Definição, da SIC, o eurodeputado do PSD explica que sempre viveu “discretamente“, mas que a orientação sexual “não é segredo”.
Paulo Rangel revelou ainda que até 2019, ano da morte da mãe, nunca seria possível revelar publicamente a orientação sexual numa entrevista precisamente para proteger a sua família. “Temos de proteger um pouco as nossas famílias. Essas pessoas não têm de ser objeto deste escrutínio”, justificou Rangel.
O potencial candidato às próximas diretas no PSD acredita que em Portugal a homossexualidade não tem influência na forma como os eleitores olham os políticos. “Em Portugal não creio mesmo. Nem agora, que é mais fácil, nem se fosse nos anos 80 ou 90.”
O antigo líder parlamentar do PSD abordou também o assunto com uma referência à relação que tem com Deus e com a fé: “Evidentemente que Deus gosta de nós como nós somos. Deus não está assim tão interessado no que se passa dentro do quarto de cada um“. Paulo Rangel diz que acomoda o facto de ser homossexual na sua condição de católico: “Jesus nunca faria qualquer discriminação.”
Sobre a liderança do PSD, Rangel desvaloriza poder vir a ser candidato: “Não há festa nem festança que não venha a dona Constança, mas a prioridade do PSD são as autárquicas”.
A esse propósito Rangel disse mesmo: “Tenho muitos sonhos, mas faço muito poucos planos”. Questionado, no entanto, sobre se sonha ser primeiro-ministro de Portugal, Rangel diz: “Não enjeito isso.” Mas explica que não é obcecado: “Para quê tanta luta? Tanta tentativa de glorificação? Ninguém sabe quem foram os primeiros-ministros entre 1974 e 1980. Para quê tantas guerras de alecrim e manjerona”.
Sobre o vídeo em que aparece embriagado, publicado nas redes sociais contra a sua vontade, Rangel não tem dúvidas de que foi colocado de forma intencional nas redes sociais. Sobre quem foi, o eurodeputado brinca: “Não tenho vocação para detetive”. Revelou ainda que ficou “calmíssimo” quando soube dessa situação.