O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denunciou esta segunda-feira que, no fim de semana passado, “todos os hospitais da área da Grande Lisboa estiveram sem capacidade de receber urgências de Obstetrícia/Ginecologia”.

Em comunicado, o sindicato atribui a situação à “escassez de recursos humanos médicos”, que fez “ultrapassar todos os limites nos Serviços de Urgência” dos hospitais da Grande Lisboa — “todos eles em estado de contingência“. Ao Público, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, vai mais longe: diz que, desde 2019, ano em que aconteceu uma situação semelhante, houve mais médicos a irem para a reforma, vagas em concursos que ficaram por preencher e os profissionais estão cada vez mais cansados.

Perante o “cenário de calamidade” que se viveu na Grande Lisboa, indica ainda o SIM, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes da Delegação Regional do Sul do INEM está a enviar grávidas para “a área de influência de cada hospital, apesar do risco inaceitável que esta situação colocou para a segurança de grávidas, recém-nascidos e médicos”.

“Lamentavelmente a senhora Ministra da Saúde continua sem compreender que só conseguirá fixar mais médicos no Serviço Nacional de Saúde tratando-os bem, oferecendo-lhes condições de trabalho e remuneratórias adequadas ao seu nível de responsabilidade”, afirma o SIM.

O Ministério da Saúde, questionado pelo Público, garante que Lisboa teve um reforço de “21 especialistas em anestesiologista e com 4 em ginecologia-obstetrícia” no último concurso de contratação de jovens especialistas.

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