O cabeça de lista da coligação Juntos Somos Coimbra, José Manuel Silva, defendeu esta quinta-feira “um verdadeiro” Parlamento da Cultura do concelho, assim como uma gestão autónoma do Convento São Francisco, que está “completamente subaproveitado”.
O candidato afirmou que o atual Conselho Municipal da Cultura, criado há cerca de dois anos, “tem um controlo político do presidente da Câmara”, Manuel Machado (PS), que tem o poder, segundo o regulamento interno, de rejeitar moções e propostas e de definir a ordem de trabalhos.
“Nós queremos que nesse conselho/parlamento a cultura possa ser discutida sem restrições, sem qualquer controlo político, em total liberdade, juntando os vários agentes e produzindo uma estratégia da cultura para Coimbra, nomeadamente no âmbito daquilo que é crucial para a cidade, que é a candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027″, afirmou José Manuel Silva, que lidera a coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós, Cidadãos!/PPM/Volt/RIR/Aliança) e que é vereador eleito pelo movimento independente Somos Coimbra (cujos elementos integram as listas da coligação através do Nós, Cidadãos!).
O candidato, que falava à agência Lusa após uma reunião com a companhia O Teatrão, salientou que, caso seja eleito, irá assumir o pelouro da cultura para dar a este setor “a importância, a dignidade e o contacto direto com o presidente que necessita”.
Para José Manuel Silva, a Câmara “tem que se abrir aos agentes da cultura, tem que os ouvir e tem que, em conjunto com os mesmos, definir uma estratégia para a cultura que não existe”.
Sobre o Convento São Francisco, o maior espaço cultural da cidade, o cabeça de lista do Juntos Somos Coimbra frisou que é importante que seja assegurada gestão autónoma e que seja nomeada uma direção artística.
“Está completamente subaproveitado […]. Tem um potencial imenso de utilização que está a ser desperdiçado, criando também dificuldades de acesso dos próprios agentes culturais na utilização das instalações”, notou.
Relativamente à candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027, José Manuel Silva realçou que a sua candidatura já expressou todo o seu apoio à mesma, mas olha com “alguma preocupação pela forma como o processo tem sido conduzido”.
“Há desconhecimento da cidade relativamente ao que vai ser apresentado”, constatou, salientando que irá trabalhar com a comissão responsável pela candidatura para que seja apresentada uma proposta que “ganhe e que potencialize toda a capacidade de Coimbra”.
Para além de José Manuel Silva, concorrem o atual presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado (PS), Francisco Queirós (CDU), Gouveia Monteiro (Cidadãos por Coimbra), Miguel Ângelo Marques (Chega), Filipe Reis (PAN), Inês Tafula (PDR/MPT) e Tiago Meireles Ribeiro (Iniciativa Liberal).