O dirigente nacional do PS Pedro Nuno Santos e o líder do RIR, Tino de Rans, juntaram-se esta sexta-feira em Penafiel para ajudar o candidato comum à Câmara Municipal a ganhar o município que pertence ao PSD desde 2001.
Numa ação de campanha quase exclusivamente feita à chuva, os dois antigos companheiros da Juventude Socialista (JS), que se conheceram nos anos 90, cumprimentaram-se com um abraço e desceram a Rua Alfredo Pereira, no centro de Penafiel, para apoiar Paulo Araújo Correia, candidato da coligação conjunta, “Penafiel Unido” (PS/RIR).
Trocando elogios, Tino de Rans afirmou que Pedro Nuno Santos mostra que “há pessoas que conseguem realizar coisas que nem sonharam”, enquanto o ministro das Infraestruturas e Habitação destacou que Tino de Rans tem “uma grande capacidade de parar e de fixar a atenção de muita gente”.
“É um homem do povo e nós chegamos a uma altura em que nós precisamos que o povo volte a ganhar e sinta que voltou a ganhar, e é isso que nós precisamos em Penafiel e em muitos outros sítios: que o povo sinta que voltou a ganhar eleições, e não apenas os de cima”, disparou Pedro Nuno Santos aos jornalistas.
Entre metáforas de Tino de Rans — que caracterizou Paulo Araújo Correia como a “frescura” que é necessária na política e não a “fruta amachucada” que costuma encontrar nas bancas — e respostas de Pedro Nuno Santos — que afirmou que o candidato é “fruta de qualidade” — , os dois responsáveis lideraram uma comitiva de cerca de 50 simpatizantes, entraram em cafés, barbearias, lojas de roupa e garagens, misturando-se e abraçando os populares.
Num café, confundido o dirigente nacionalista com o ministro da Educação, um emigrante recém-regressado a Portugal, depois de 37 anos em França, queixou-se ao governante que, na sua terra de acolhimento, pagavam-se impostos e “viam-se melhorias”, enquanto que, em Portugal, “pagam-se impostos, e não muda nada”.
Relembrando que a França é “um dos países mais ricos do mundo”, Pedro Nuno Santos pediu ao interlocutor que se lembrasse do país que tinha deixado “antes de ir para França e o país que encontrou agora”.
“Agora, que continuamos com problemas, continuamos. (…) Uma das coisas que nós queremos é ter também um comboio rápido para encurtar as distâncias”, indicou o ministro das Infraestruturas e Habitação, recusando-se a chamar TGV ao comboio em questão devido à presença dos jornalistas.
Em declarações aos jornalistas, o candidato da coligação “Penafiel Unido” (PS/RIR), Paulo Araújo Correia, que foi adjunto de Pedro Nuno Santos até outubro, afirmou que era uma “honra” e um “prestígio” contar com o apoio governante, mas também com o de Tino de Rans que é “alguém extremamente popular e reconhecido” que dá “força e energia” à candidatura.
“Nós temos uma tradição socialista muito forte aqui em Penafiel. É verdade que já não somos poder há 20 anos, mas fomos também poder 20 anos em Penafiel. Tivemos aqui uma grande vitória em 2019 para as eleições legislativas, outra grande vitória em 2019 para as eleições europeias, e o que nós queremos é que esse eleitorado que vota em nós em eleições nacionais, ao fim de 20 anos volte a confiar em nós”, indicou.
O concelho de Penafiel é governado, com maioria absoluta, pela coligação PSD/CDS desde as eleições autárquicas de 2001. O PS, que foi poder no concelho antes de perder a câmara para a coligação PSD/CDS, é atualmente o único partido da oposição com assento no executivo municipal, com quatro vereadores sem pelouros atribuídos.