O candidato do PS à presidência da Câmara de Évora nestas autárquicas, José Calixto, acusou esta sexta-feira o executivo da CDU de “desleixo” pelas freguesias rurais, onde são necessários perto de 25 milhões de euros para recuperar estradas e arruamentos.

“Concluímos há pouco tempo um estudo sobre tudo o que são faixas rodoviárias do concelho de Évora e arruamentos também da responsabilidade municipal” que implica “um caderno de encargos para recuperar minimamente cerca de 200 quilómetros” dessas vias “na casa dos 25 milhões de euros”, disse à agência Lusa o cabeça de lista do PS.

Deste montante, há “nove [milhões] absolutamente urgentes”, o que “revela um bocadinho o desleixo em relação às freguesias de menor dimensão” por parte da maioria CDU que governa a câmara, argumentou, durante uma ação de campanha numa aldeia rural.

É nas freguesias rurais que, “por vezes, temos que investir mais”, porque “é a coesão territorial do concelho que está em causa”, defendeu o socialista, que entregou esta sexta-feira panfletos da candidatura e conversou com moradores de Azaruja.

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“A coesão territorial que tanto pedimos de Lisboa para o interior, obviamente, no interior do nosso concelho também temos de ter essa preocupação”, sublinhou.

Aqui e ali, durante a ação desta sexta-feira, o candidato foi ouvindo alguns recados de moradores, nomeadamente sobre os arruamentos: “Se for para lá [câmara], quero as ruas arranjadinhas”, disse uma senhora.

“Para ir para lá tenho que ir empurrado por vocês, mas é de gosto”, respondeu José Calixto, entregando-lhe um cartão com o contacto, para facilitar a comunicação após as eleições.

Outro assunto abordado à Lusa pelo candidato foi o da captação de apoios comunitários para obras no concelho, classificando a “atuação da câmara como uma perda histórica de fundos”.

“Tem que haver um planeamento das intervenções” e são precisos “projetos constantemente em gaveta, para, assim que aparecerem as oportunidades, irmos a elas”, defendeu, apontando que “o trabalho em redes internacionais”, que possibilita “acesso direto a Bruxelas”, é “um novo paradigma de acesso aos fundos comunitários”, mas “aí quase não temos nenhuma atividade” do executivo.

Embora reconhecendo a “situação financeira difícil” da câmara, devido à dívida que atinge, “neste momento, 73 milhões de euros”, o socialista contrapôs que isto “não deve servir de desculpa para nada”, sendo necessário “encontrar fontes de financiamento para os projetos que não podem ser financiados a 100% pelo orçamento municipal”.

Nas eleições de dia 26, além de José Calixto, estão na corrida à Câmara de Évora o presidente do município, Carlos Pinto de Sá (CDU — PCP/PEV), Henrique Sim-Sim (PSD/CDS-PP/MPT/PPM), Raul Rasga (BE), Florbela Fernandes (Coligação Movimento Cuidar de Évora – Nós, Cidadãos!/RIR) e Carlos Magno Magalhães (Chega).