O presidente do CDS-PP justificou esta quarta-feira o apoio à candidatura de Suzana Garcia à Câmara da Amadora por acreditar no programa e disse não querer “uma direita fofinha” e que “peça autorização à esquerda para dizer o que pensa”.
Francisco Rodrigues dos Santos marcou esta quarta-feira presença no concelho da Amadora, distrito de Lisboa, onde acompanhou numa arruada a candidata Suzana Garcia, cabeça de lista à câmara municipal pela coligação “Dar voz à Amadora”, que junta PSD/CDS PP/Aliança/MPT/PDR.
Questionado se se revê no perfil da candidata indicada pelo PSD, o líder centrista respondeu que “o CDS está nesta candidatura porque acredita no programa” para a Amadora, “que é de mudança e de rutura com o socialismo”.
“E nós, CDS, não temos medo de afirmar que não queremos uma direita fofinha, uma direita que peça autorização à esquerda para dizer aquilo que pensa, uma direita de simpatias”, frisou, defendendo “uma direita de rutura para a Amadora”.
O presidente centrista indicou que não se trata de uma “direita radical”, mas sim de “uma direita que confronte a esquerda”.
“Não queremos uma direita que seja simpática com a esquerda, não queremos uma direita que faça os fretes ao governo socialista, não queremos uma direita que tenha medo de dizer aquilo que pensa”, salientou.
“E para apresentarmos a nossa alternativa política necessitamos de confronto e de galhardia, não precisamos de radicalismo”, acrescentou, defendendo que as soluções que a candidatura apresenta para aquele concelho “são fundadas no mais profundo bom senso”.
Sobre uma das frases da candidatura, que “o sistema vai tremer”, Francisco Rodrigues dos Santos apontou que o “polvo montado na câmara da Amadora” tem “de tremer” e o “sistema que está montado na Amadora, que é um sistema clientelar que não reconhece mérito nem igualdade de oportunidades” tem de “ser derrubado”.
“A direita tem condições para ser a porta-voz de quem quer mudar, de quem está cansado do socialismo e quer novas oportunidades nesta terra”, frisou.
Na arruada a passo apressado pelas ruas da cidade, candidata e líder iam distribuindo flores, canetas e o programa eleitoral e Suzana Garcia ia apresentando também aos eleitores “os seus vereadores”.
Por vezes foi difícil a Rodrigues dos Santos acompanhar a velocidade de Suzana Garcia, que abria caminho à frente da comitiva de apoiantes, com camisolas e bandeiras da coligação e que iam gritando o nome da candidata.
Também o hino de campanha acompanhou a arruada, tocado alto e bom som numa coluna portátil.
“Suzana, espere aí. […] Não é fácil”, pediu o presidente do CDS, depois de ter ficado para trás a conversar com um popular.
Durante o percurso, o presidente do CDS fez uma pausa para beber café mas Suzana Garcia não o acompanhou, justificando que não bebe café.
“Não pode beber café senão não a apanhamos”, comentou Isabel Meirelles, vice-presidente do PSD, que se juntou à iniciativa.
Durante o percurso, a cabeça de lista à Câmara da Amadora, município governado pelo PS, parou a comitiva junto a um carro da PSP que passava, e pediu uma salva de palmas para os agentes.
No final da arruada, aos jornalistas, Rodrigues dos Santos disse ter “pulmão e caixa para acompanhar” o ritmo da candidata e indicou não ter “dificuldade nenhuma em acelerar a intensidade das campanhas” para “conquistar a vitória”.
“É desta que o centro-direita vai ganhar as eleições na Amadora”, salientou, destacando que esta é uma “candidatura da diversidade, que tem pessoas de várias religiões, etnias, classes sociais” e que “representa a pluralidade da sociedade amadorense”.
E mostrou-se convicto de que a coligação tem “condições” para “chegar à meta em primeiro lugar”, basta “dar corda às botas e isso faz-se com muita convicção, muita paixão e com o apoio popular que aqui viram”.