Tanto ou mais do que aquilo que permitira depois gerar em mais valias de vendas, num total acima de 350 milhões de euros, o Benfica Campus acabou por ser o suporte para uma mudança de paradigma na vida dos encarnados, que passaram a contar de forma mais frequente com jogadores da sua formação na equipa A e ganharam condições para ter outro tipo de filosofia no trabalho com as várias formações (a começar pela principal) mas na forma como passou a ser feito o acompanhamento de jovens residentes no Seixal.

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Uma década e meia depois, o investimento conseguiu ser amortizado, em termos desportivos e financeiros, havendo a margem para ter ainda mais rendimento mediante as propostas de naming rights que surjam no processo que está a ser conduzido pela WME Sports, do Endeavor, desde março. Sem novidades sobre esse assunto, Rui Costa, presidente interino e agora candidato assumido à liderança do clube, marcou presença na celebração do 15.º aniversário e não esqueceu a importância do antecessor no que foi construído.

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“Quando voltei para jogar foi no ano em que foi inaugurado o Benfica Campus. Para aquilo que o Benfica tinha vivido anteriormente sem o Campus, foi uma mudança extraordinária. Os meus colegas diziam que o facto de andarem a treinar com a casa às costas não oferecia condições de trabalho a ninguém, sobretudo uma equipa profissional com a responsabilidade do Benfica. Era quase inadmissível embora fosse uma necessidade daquele momento. Os meus colegas ficavam deslumbrados com o facto de poder ter uma casa como esta. Eu acabava de vir do AC Milan, campeão europeu, de Milanello, e perguntava-me como é que o Benfica tinha conseguido dar um passo tão importante nesse crescimento”, referiu à BTV.

Acontece que, ao longo destes 15 anos, este Benfica Campus nunca parou de crescer, de evoluir e inovar-se. Tem permitido o que tem permitido. Inevitavelmente, o mérito é de Luís Filipe Vieira que fez crescer o centro de estágio, como nunca o deixou parar”, acrescentou Rui Costa.

Destacando o facto raro de a mesma infraestrutura albergar não só as equipas de formação mas também a principal com todas as condições, o líder dos encarnados, também ele um produto da formação que cumpre esta quarta-feira 30 anos da estreia na formação A lançado por Eriksson, falou ainda da imagem que o Benfica Campus deixa em todos os jogadores que por ali vão passando e saindo para palcos maiores.

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“É usual falar-se do centro de estágio para a formação, acontece que o Benfica Campus serve também para a equipa profissional. Ela trabalha dentro de condições únicas neste espaço. Estão completamente ao nível das melhores condições do mundo. Estou a falar como dirigente, presidente e como homem do futebol. Conheço e tenho a vivência de conhecer centros de estágio importantes, joguei com jogadores que jogaram nas melhores equipas do mundo. Temos visitas aqui de outros clubes. Está ao nível dos melhores e permite uma qualidade de trabalho e treino como há em poucos lados. O melhor testemunho disso é o que dizem os jogadores quando saem de cá dizem do sítio onde trabalharam”, recordou o antigo 10.

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“Não há nenhum jogador que não tenha, primeiramente, saudades do Benfica. Depois, em condições de trabalho, nunca consegue apanhar condições iguais ou parecidas com estas. Não devemos confundir que o Benfica Campus tem muita formação e a equipa principal com as melhores condições possíveis e imaginárias para fazer um bom trabalho. Juntar as duas partes no mesmo centro de estágio não é muito usual por esse mundo fora. O que tentámos procurar sempre aqui foi juntar as duas partes numa situação de ‘Estão a ver miúdos? O vosso espaço é por este lado’. Ter o contacto com a equipa profissional e olhar para o lado de lá, sabendo que é dali que quero trabalha”, concluiu Rui Costa.