O Chega e o partido espanhol Vox assinaram esta sexta-feira a “Carta de Madrid”, um compromisso que André Ventura descreveu como o início de uma união de forças internacional para uma “luta civilizacional”.
A campanha autárquica do Chega ainda não terminou, mas antes do último jantar/comício que está a decorrer no Pátio da Galé, em Lisboa, o líder do partido espanhol de extrema-direita, Santiago Abascal juntou-se a para assinarem uma carta contra os “regimes totalitários de inspiração comunista”.
“Esta Carta de Madrid representa a união de duas forças políticas que querem ser Governo (…), mas ao mesmo tempo têm objetivos internacionais claros”, descreveu o presidente do Chega em conferência de imprensa.
Para André Ventura, o compromisso político agora assumido traduz a união dos dois partidos naquilo que quer que seja “uma luta civilizacional, cultural e ideológica” e que começa nos respetivos países e se estende à União Europeia.
“A reformulação da Europa, a sua afirmação no palco mundial, a luta contra o marxismo cultural, a separação de poderes que tantas vezes está ameaçada pelo socialismo, a luta contra a extrema-esquerda que quer asfixiar a economia”, elencou Ventura.
Chega e Vox partilham essa visão para a União Europeia e momentos antes Santiago Abascal já tinha defendido também uma “que respeite a soberania das nações, que respeite e proteja as fronteiras, que respeite a liberdade dos cidadãos europeus”.
Sobre a união entre os dois partidos, o líder espanhol disse que só agora começam a trabalhar em conjunto, mas já é claro que se aproximam.
“Têm uma grande coincidência programática e no futuro vão ser vistos a trabalhar de forma unida em duas nações que são irmãs e que também têm de estar juntas na Europa“, sublinhou.
Para já, a “Carta de Madrid” foi assinada pelo Chega e pelo Vox, mas o objetivo é fazê-la chegar a outros partidos e movimentos políticos, a outros países e, no fundo, a qualquer pessoa da sociedade civil que se identifique com os princípios defendidos no documento.
Nas palavras de Abascal, pretendem criar um grupo “que trabalhe de forma coordenada perante uma ameaça tão grande e olhando por cima de ideologias políticas”.
“Isto é o primeiro passo para uma cooperação que estamos a começar”, conclui Ventura, em espanhol, comprometendo-se a divulgar o documento noutros países europeus e em todos os países de língua oficial portuguesa.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro, e filho do Presidente brasileiro, também foi convidado para participar no encerramento da campanha do Chega e na assinatura da “Carta de Madrid”, mas cancelou a viagem a Lisboa depois de ter testado positivo à Covid-19.