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Pedro cruza, remata, marca e faz quase tudo. Até invocar um "déjà vu" (a crónica do Sporting-Marítimo)

Este artigo tem mais de 2 anos

Sporting precisou de sofrer até aos 90+7' para vencer o Marítimo e evitar novo empate. Pedro Porro voltou a ser crucial, voltou a ser dos melhores e voltou a garantir a vitória de grande penalidade.

O jogador espanhol voltou a marcar o golo que foi decisivo para a vitória da equipa de Rúben Amorim
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O jogador espanhol voltou a marcar o golo que foi decisivo para a vitória da equipa de Rúben Amorim

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

O jogador espanhol voltou a marcar o golo que foi decisivo para a vitória da equipa de Rúben Amorim

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

Na época passada, o Sporting cruzou-se com o Marítimo em três ocasiões. Venceu nas duas voltas do Campeonato, tanto em Alvalade como na Madeira, e perdeu na Taça de Portugal, numa derrota que significou a eliminação dos leões numa fase ainda embrionária da competição. Ainda assim, e se olharmos exclusivamente para a Primeira Liga, a equipa de Rúben Amorim marcou sete golos aos madeirenses, sofrendo apenas um; desses sete, cinco foram de Pedro Gonçalves; desses cinco, três foram marcados na última jornada, no dia em que o internacional português confirmou o título de melhor marcador da temporada. Esta sexta-feira, no reencontro entre Sporting e Marítimo, Pedro Gonçalves não estava.

E o facto de Pedro Gonçalves continuar lesionado — e de, muito provavelmente, permanecer lesionado até depois da pausa para os compromissos das seleções — preocupa Rúben Amorim. De uma forma que, por muito que preferisse, o treinador já não consegue esconder. “Parece-me que, até à paragem das seleções, o Pedro Gonçalves não estará connosco. Em vez de três jogos, serão seis. É assim a vida. Estamos preocupados com ele, faz-nos falta mas está mais animado. Tudo nele é importante para o grupo e já foi ao campo um pouco. Há pressa em tê-lo connosco mas não há pressa. Estamos é preocupados com a saúde dele”, disse o técnico leonino na antecâmara da receção ao Marítimo, onde o Sporting ia tentar carimbar a segunda vitória consecutiva antes de voltar à fase de grupos da Liga dos Campeões, na Alemanha, contra o Borussia Dortmund.

Ficha de jogo

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Sporting-Marítimo, 1-0

7.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: João Pinheiro (AF Braga)

Sporting: Adán, Neto (Ricardo Esgaio, 82′), Coates, Feddal, Pedro Porro, João Palhinha (Bruno Tabata, 82′), Matheus Nunes (Daniel Bragança, 71′), Rúben Vinagre (Tiago Tomás, 58′), Sarabia (Jovane, 71′), Paulinho, Nuno Santos

Suplentes não utilizados: João Virgínia, Matheus Reis, Manuel Ugarte, Gonçalo Esteves

Treinador: Rúben Amorim

Marítimo: Paulo Victor, Winck, Jorge Sáenz, Zainadine, Léo Andrade, Fábio China (Vítor Costa, 78′), Iván Rossi (Diogo Mendes, 78′), Pedro Pelágio, Xadas (Edgar Costa, 85′), Ricardinho (Ali Alipour, 69′), André Vidigal (Clésio, 85′)

Suplentes não utilizados: Miguel Silva, Moisés Mosquera, Rafik Guitane, Rúben Macedo

Treinador: Julio Velázquez

Golos: Pedro Porro (gp, 90+7′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Fábio China (28′), a Paulo Victor (56′ e 90+4′), a Feddal (57′), a Neto (60′), a Iván Rossi (73′), a Coates (76′), a Pedro Pelágio (81′), a Ricardo Esgaio (90+2′), a Vítor Costa (90+3′); cartão vermelho por acumulação a Paulo Victor (90+4′)

Mas a ausência de Pedro Gonçalves significa mais para os leões do que simplesmente a falta de um jogador titular. Não ter o melhor marcador do plantel, assim como do Campeonato, é não ter um impulso extra a um ataque que tem sido o verdadeiro calcanhar de Aquiles do Sporting: a equipa defende bem, constrói com critério e propósito, sabe encontrar-se em todas as fases e momentos do jogo mas tem pouco golo. As oportunidades desperdiçadas acumulam-se a cada partida, como se viu contra o Belenenses SAD ou o Sp. Braga, e Nuno Santos, Jovane, o reforço Sarabia e Paulinho não têm conseguido suprir essa necessidade. A escassez de golos deste último, aliás, tem sido uma das maiores críticas feitas às exibições leoninas.

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“O Paulinho tem de continuar a fazer aquilo que tem vindo a fazer. Tem jogado muito bem, os golos dão sumo mas nós olhamos a muito mais do que isso. O Paulinho melhorou muito a equipa e nós estamos muito satisfeitos. Queremos que ele marque golos mas também queremos que ajude a equipa na pressão. Esses pormenores são muito importantes e ele tem sido excecional nesse sentido. Quando digo que falhou alguns golos que não devia ter falhado, é o primeiro a entender isso. Tem umas características que ajudam a equipa”, explicou Rúben Amorim.

Ora, sem Pedro Gonçalves e ainda sem Gonçalo Inácio, que se lesionou contra o Ajax e já tinha falhado a partida contra o Estoril, o Sporting só fazia uma alteração face ao último onze: Feddal voltava à titularidade no trio defensivo e Matheus Reis regressava ao banco de suplentes, com Sarabia a ser novamente aposta no apoio mais direto a Paulinho. Do outro lado e à procura de pontuar em Alvalade para fugir a uma arranque de temporada muito cinzento, o Marítimo lançava as novidades Jorge Sáenz, André Vidigal e Rossi em detrimento de Alipour, Diogo Mendes e Henrique Rafael e mudava o sistema tático, atuando com três centrais.

E acabou por ser precisamente essa mudança tática a nortear, em grande medida, a primeira parte. O Marítimo atuava com Léo Andrade, Zainadine e Sáenz no trio defensivo e os laterais Fábio China e Winck, na grande maioria das ocasiões, eram verdadeiramente laterais e não alas. Ou seja, os madeirenses defendiam com uma linha de cinco elementos e ainda tinham o duplo pivô formado por Iván Rossi e Pedro Pelágio logo depois da defesa. A ideia de Julio Velázquez, interpretada muito bem pelos jogadores durante o primeiro tempo, era blindar por completo a baliza, cortar as principais artérias do adversário e aproveitar a pressão intensa para explorar os eventuais contra-ataques e um futebol mais direto. E à exceção de alguns passes errados em zonas perigosas, o plano foi resultando.

Ora, contra uma equipa que tentava encaixar a própria defesa no ataque do Sporting, os leões tiveram de deixar passar alguns minutos até conseguirem encontrar soluções alternativas. A primeira aproximação à baliza de Paulo Victor surgiu por intermédio do corredor direito, com Pedro Porro a soltar Matheus Nunes e o jovem médio a tirar um cruzamento perfeito para a grande área, onde Paulinho rematou enrolado (9′). As alas, o local por onde a equipa de Rúben Amorim consegue normalmente desequilibrar, eram naturalmente o grande foco da pressão do Marítimo, que colocava dois jogadores nas dobras de apoio a China e Winck. Assim, o Sporting via-se obrigado a tirar muitos cruzamentos para a área, sendo que normalmente prefere um futebol mais rasteiro e vertical, e demorou até criar verdadeiras oportunidades de golo.

Até porque a primeira, curiosamente, pertenceu aos madeirenses. Depois de uma recuperação de bola de Pedro Pelágio no meio-campo, Xadas surgiu em zona frontal e atirou um grande pontapé que passou muito perto da trave de Adán (20′). O lance serviu de aviso para o Sporting, que respondeu de imediato com um remate de Nuno Santos no coração da grande área, depois de um cruzamento de Porro na direita, a obrigar Paulo Victor a uma intervenção atenta (22′). Logo depois, o mesmo Nuno Santos voltou a ficar perto de abrir o marcador com um chapéu ao guarda-redes que bateu na trave na sequência de um passe perfeito de Sarabia a desmarcar o avançado (26′). O jogador ex-Rio Ave foi mesmo o elemento mais perigoso dos leões na primeira parte, aparecendo novamente na cara do guardião madeirense depois de mais uma assistência de Sarabia mas permitindo a antecipação adversária (36′).

Antes do intervalo, Sarabia ainda ficou perto de se estrear a marcar pelo Sporting ao atirar um grande pontapé de fora de área, de primeira e depois de um canto, com a bola a passar pouco por cima da trave (41′). No fim da primeira parte, os leões estavam a empurrar o Marítimo cada vez mais para trás, obrigando a equipa de Julio Velázquez a juntar cada vez mais as linhas e a perder completamente a pouca presença ofensiva que poderia ter, terminando mesmo o primeiro tempo sem qualquer remate enquadrado. Para além do já habitual destaque para as exibições de Matheus Nunes e João Palhinha, Nuno Santos era novamente o elemento em evidência no ataque leonino, principalmente através das desmarcações que desenhava nas costas da defesa — desmarcações que só tinham consequências graças aos passes e à visão de jogo de Sarabia, que ia realizando a primeira exibição verdadeiramente positiva ao serviço do Sporting.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-Marítimo:]

Nenhum dos treinadores mexeu ao intervalo e o Sporting foi a primeira equipa a criar perigo, com Nuno Santos a tentar novamente marcar através de um pontapé cruzado na esquerda (46′) e Coates a cabecear por cima depois de um canto (48′). Ainda assim, os primeiros instantes da segunda parte trouxeram um Marítimo diferente, a procurar subir ligeiramente os setores e não abdicar completamente de atacar como havia feito no primeiro tempo — assumindo, claramente, os riscos que essa estratégia trazia associados.

Já depois de Palhinha também ter uma boa oportunidade para marcar (54′) mas ainda antes da hora de jogo, Rúben Amorim decidiu mexer e tirou Rúben Vinagre, que parece ainda não ter recuperado psicologicamente do jogo duro contra o Ajax, para lançar Tiago Tomás. A entrada do jovem avançado levou Nuno Santos para o corredor, acabando por recuar no relvado o elemento que até aí tinha levado mais perigo à baliza do Marítimo. A partida entrou numa fase mais incaracterística e menos competitiva por volta dos 65 minutos, com o Marítimo a descer novamente no relvado mas a ganhar segurança com a passagem do tempo e o Sporting sem conseguir criar desequilíbrios.

A 20 minutos do fim, Amorim respondeu ao claro desgaste de Sarabia e lançou Jovane, tirando também Matheus Nunes para colocar Daniel Bragança e tentar explorar a definição de passe do jovem médio. Pedro Porro acertou no poste pouco depois, com um remate cruzado a partir da direita (74′), e era principalmente através do jogador espanhol que o Sporting ia tentando chegar ao último terço e criar oportunidades. No último quarto de hora, o Marítimo recuou por completo o bloco e encostou a equipa à baliza para resguardar o ponto e afastar as investidas já mais emocionais do que racionais dos leões.

Nos últimos minutos, Amorim fez all in e tirou Luís Neto e Palhinha para colocar Bruno Tabata e Ricardo Esgaio quando nada parecia ser suficiente. Até que, já bem dentro dos descontos, apareceu o milagre que já havia aparecido no Estoril na semana passada: Jovane foi carregado em falta na grande área por Paulo Victor, que viu o segundo amarelo e acabou expulso, e Pedro Porro garantiu a vitória do Sporting com um penálti pela segunda jornada consecutiva (90+7′). Os leões sofreram muito mas conseguiram bater o Marítimo em Alvalade e colocar-se provisoriamente a um ponto da liderança do Benfica, que só joga este sábado — e para isso, muito podem agradecer a Porro, que rematou, fez cruzamentos e tentou tudo o que podia até conseguir invocar um verdadeiro déjà vu.

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