O candidato da coligação PSD/CDS-PP/PPM Cancela Moura à Câmara de Gaia, conquistada no domingo pelo socialista Eduardo Vítor Rodrigues, apresentou a renúncia ao mandato na concelhia do PSD e vai propor eleições “para dar a palavra aos militantes”.
“Em face dos resultados, e tendo em conta o processo de escolha do presidente à câmara, vou pedir a renúncia do meu mandato como presidente da concelhia e vou pedir a convocação de eleições para dar a palavra aos militantes e legitimar uma nova direção política no concelho”, disse à Lusa Cancela Moura.
O líder da concelhia do PSD de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, que já tinha sido candidato em 2017, anunciou a decisão no discurso de reação às eleições autárquicas, que, quando estavam apurados os resultados em 14 das 15 freguesias, davam a vitória ao socialista Eduardo Vítor Rodrigues.
Cancela Moura explicou ainda que na hora da renúncia citou Francisco Sá Carneiro ao dizer que queria “saber estar e romper a tempo, correr os riscos da adesão e da renúncia, pôr a sinceridade da posição acima dos interesses sociais, porque isto é política que vale a pena”.
“Mas hoje [domingo], como antes, e não o fizemos, não queremos fazer promessas. Queremos assumir o compromisso sério de emprestar o contributo a Gaia em cada uma das freguesias, na Assembleia Municipal, na câmara, com o orgulho das nossas raízes, com a convicção das nossas ideias e sobretudo com a determinação do nosso trabalho”, acrescentou.
O social-democrata, que concorreu pela coligação PSD/CDS-PP/PPM a Gaia, frisou também que vai procurar “fazer uma oposição séria, construtiva e responsável”.
“Somos pessoas autênticas, determinadas, resilientes, cidadãos comuns a quem o trabalho e as dificuldades, mesmo na condição de oposição, não assusta e vão trabalhar mais quando o caminho for mais difícil”, garantiu.
O líder do PSD de Vila Nova de Gaia foi o escolhido para as eleições autárquicas em substituição do ex-selecionador nacional António Oliveira, que desistiu da corrida eleitoral.
Nas autárquicas de 2017 o PS conquistou nove mandatos (61,68% dos votos) e teve como oposição no executivo o PSD com dois eleitos (20,30% dos votos).