Em condições normais, seria apenas uma viagem, mais uma viagem, entre Lisboa e Guimarães. Ao invés, foi na mesma de Lisboa para Guimarães, onde o Benfica defrontava o Vitória, mas alargou-se depois não só a Barcelos como a Paredes e a Vila Nova de Gaia. Um ano depois, Rui Costa volta a marcar presença numa campanha eleitoral, não como número 2 e responsável do futebol mas como líder interino e candidato à presidência dos encarnados, como tudo aquilo que um projeto nesse sentido acaba depois por comportar.

No Norte, o antigo jogador centrou as questões. Voltou a puxar dos galões do seu benfiquismo, aumentou a ambição desportiva de voltar a ganhar mais títulos (no futebol e nas modalidades), prometeu que tudo irá fazer para aproximar o clube dos sócios, assegurou máxima transparência em tudo o que sejam negócios. A partir da próxima sexta-feira, já depois da receção ao Barcelona para a Champions, regressa às ações de rua nas Casas do clube mas antes continua a fechar alguns pontos como a lista que apresentará a sufrágio.

Ao todo, e depois das primeiras indicações no início do processo que davam conta de uma continuidade em relação aos nomes que iriam seguir na lista, há pelo menos três entradas a registar na Direção.

Fernando Tavares, figura que tem o pelouro das modalidades que regressou ao clube em 2016 depois de uma saída com muitas críticas a Luís Filipe Vieira em 2008, foi a primeira confirmação entre permanências no órgão, seguindo-se Jaime Antunes, que subiu a efetivo após a demissão do antigo líder, e Domingos Almeida Lima, agora mais com a pasta institucional após ter passado pelas modalidades de pavilhão. As dúvidas entroncavam em Sílvio Cervan e Rui do Paço (que é suplente), que inicialmente estariam mais perto de sair mas que acabaram por ser manter na equipa de Rui Costa após reuniões nos últimos dias.

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Entre as entradas estão Manuel de Brito, filho do antigo presidente encarnado Jorge de Brito que no início do mês chegou a ser apontado como possível candidato encabeçando o movimento “Benfica Bem Maior”; José Francisco Gandarez, advogado que detém 80% do União de Santarém e que foi um dos dirigentes que mais foi participando nas discussões sobre o Campeonato de Portugal; e, como avançam esta quarta-feira os jornais Record e A Bola, Luís Mendes, gestor ligado às finanças e próximo de Rui Costa.

Nas lideranças dos restantes órgãos, uma mudança e uma continuidade. Na Assembleia Geral, Fernando Seara, antigo deputado na Assembleia da República e presidente da Câmara Municipal de Sintra, estará como número 1 de uma lista que contará com mais um elemento sugerido pelo movimento “Benfica Bem Maior”; no Conselho Fiscal e Disciplinar, Fernando Fonseca Santos mantém-se como presidente, havendo ainda assim algumas (e prováveis) trocas de nomes nas quatro restantes posições.

Já em relação à SAD, caso Rui Costa seja eleito presidente do Benfica, as alterações poderão ser mais profundas ainda, admitindo-se que todos os membros à exceção do número 1 possam mudar a começar com Domingos Soares de Oliveira, gestor que está há uma década e meia nos encarnados e que estará de saída da Luz numa fase em que, ainda na última Assembleia Geral do clube para aprovação do Relatório e Contas do exercício de 2020/21, foi um dos nomes mais contestados entre os associados que discursaram. Miguel Moreira, administrador escolhido por Vieira no ano passado para o lugar de Nuno Gaioso, também deve sair, estando já confirmada a baixa de José Eduardo Moniz. O quinto elemento é Sílvio Cervan, que foi cooptado para a administração em julho na sequência da demissão de Luís Filipe Vieira.

Também Francisco Benítez, o outro candidato à presidência do Benfica, já tem praticamente fechados os nomes que irão a sufrágio a 9 de outubro, mantendo a base que estava preparada para as eleições de 2020, quando acabou por deixar cair a intenção para se juntar à lista de Noronha Lopes como candidato à presidência da Mesa da Assembleia Geral do clube. Assim, João Pinheiro será o número 1 à Mesa da Assembleia Geral, ao passo que Nuno Leite será o presidente do Conselho Fiscal.