Como se sabe tão pouco, é quase inevitável que o pouco que se sabe seja sempre notícia. Quando o assunto é Michael Schumacher, todas as pistas, todas as luzes e todas as revelações são relevantes. Sempre que alguém fala sobre o piloto, mesmo que seja para dizer o que todos dizem desde o acidente de há oito anos, é importante. E sempre que surge uma declaração que insiste que o alemão está vivo e consciente, milhões de fãs pelo mundo inteiro cimentam a ideia de que o ídolo não desapareceu.
Desta feita, o interlocutor foi Piero Ferrari, o atual vice-presidente da scuderia italiana e filho de Enzo Ferrari, seu fundador. À margem da entrega do prémio “Mecenate dello Sport 2021”, que recebeu e que distingue as individualidades que mais e melhor promovem o desporto em Itália, Ferrari lembrou a “simplicidade” de Schumacher e recordou os momentos que partilhou com o antigo campeão do mundo de Fórmula 1.
“Tive o prazer de ter Schumacher como hóspede em minha casa, bebíamos juntos uma garrafa de vinho tinto. Ele sempre gostou muito desses momentos de intimidade e tranquilidade. Sempre foi uma pessoa simples, clara, precisa, com uma personalidade muito linear”, atirou, ressalvando depois que não gosta quando se fala do alemão “como se estivesse morto”. “Ele não está morto. Ele está cá mas não consegue comunicar”, completou Piero Ferrari. O piloto, que foi sete vezes campeão do mundo, conquistou cinco desses títulos ao serviço da Ferrari, entre 2000 e 2004.
De recordar que, há cerca de um mês, estreou um documentário sobre a carreira de Michael Schumacher, intitulado simplesmente “Schumacher”, onde a mulher do piloto fala brevemente sobre o estado de saúde em que este se encontra. “O Michael está cá. Está diferente mas está cá. E isso dá-nos força, acho eu. Estamos juntos. Vivemos juntos em casa. Fazemos terapia. Fazemos tudo o que podemos para que o Michael melhore e para garantir que está confortável. Tentamos que sinta que faz parte da família, que sinta o nosso elo. Aconteça o que acontecer, vou fazer tudo o que puder. Vamos todos. Estamos a tentar seguir em frente enquanto uma família, tal como o Michael gostava e ainda gosta. E estamos a seguir em frente com as nossas vidas”, disse Corinna, numa versão que confirma as declarações do vice-presidente da Ferrari.