Juízes sem “coluna vertebral” no caso Rendeiro, um Governo quase irremediavelmente desgastado e um processo de vacinação que está prestes a chegar a uma nova fase. O ex-líder do PSD e comentar Luís Marques Mendes tocou todos estes temas no seu comentário habitual de domingo, na SIC, adiantando pormenores do alegado calendário que o Governo se preparará para seguir na administração de uma terceira dose da vacina contra a Covid-19.

Foi já na parte final do seu espaço de comentário que Marques Mendes, por entre elogios ao a Gouveia e Melo, Marta Temido e ao SNS e fazendo um “balanço fantástico” do processo de vacinação, disse ter “apurado” que vai mesmo haver uma terceira dose da vacina para maiores de 65 anos, cuja administração começará já em outubro.

O calendário referido por Marques Mendes, que começaria em outubro e terminaria em dezembro (faltando ainda a orientação que a Agência Europeia do Medicamento vai indicar esta semana), coincide assim com os sinais que António Costa já tinha dado. O primeiro-ministro tinha, quando anunciou a entrada da nova fase do desconfinamento, a 23 de setembro, indicado que era preciso dar a terceira dose a maiores de 65 anos e que esse processo deveria estar concluído “até ao final de dezembro, para chegarmos aos festejos natalícios com todos os elementos do agregado familiar devidamente protegidos”.

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A somar a estas novidades, o comentador recordou a notícia desta semana que indica que a farmacêntica MSD -Merck Sharp & Dohme, nos Estados Unidos, está a fazer ensaios clínicos para o que poderá vir a ser o primeiro comprimido antiviral especificamente contra o novo coronavírus, se for aprovado pelo regulador norte-americano.

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Rendeiro “patife” e juízes “sem coluna”. Governo vai viver “inferno”

Sobre o caso de João Rendeiro, Marques Mendes foi arrasador para a justiça. Condenando o comportamento de “patife da pior espécie” de Rendeiro, o comentador questionou a decisão dos juízes de não terem apreendido antes o passaporte ao antigo banqueiro e criticou os que empurraram a culpa para os políticos: “Esta gente não se enxerga. Ao menos deviam ter coluna vertebral e assumir os erros.
Os políticos cometem muitos erros. Mas aqui, neste caso, não há qualquer culpa dos políticos, sejam governantes ou deputados. A culpa é, toda ela, dos magistrados”, rematou.

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Para o antigo líder social-democrata, os resultados autárquicos vieram mostrar que a vida futura do Governo, que começa a mostrar “fadiga política”, vai ser “um inferno”. Até porque Costa está a sofrer uma “perda de autoridade”, assegurou, recordando os casos públicos, esta semana, das críticas do ministro Pedro Nuno Santos ao ministério das Finanças, ao caso que envolveu a suposta exoneração do chefe do Estado-Maior da Armada.

“Tudo abortou porque Marcelo deu uma pantufada monumental ao Governo” e o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, só não se demite porque “neste Governo todos se agarram os lugares”, garantiu Marques Mendes.

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Feito o diagnóstico e apontada a “arrogância do poder” ao Executivo de Costa, a conclusão: até vai haver uma remodelação, “provavelmente após a aprovação do Orçamento do Estado”, mas para Marques Mendes é tarde demais — nesta fase, já “ninguém de grande prestígio” aceita entrar num Governo em “fim de ciclo” e uma remodelação “não é um dom Sebastião”. O Executivo estará, assim, numa situação de desgaste com poucas hipóteses de retorno, concluiu.

Quanto ao PSD, que se prepara para ir a eleições diretas, Marques Mendes considerou que o cenário mais provável é que tanto Rui Rio, “reforçado politicamente” nas autárquicas, como Paulo Rangel vão a jogo, o que será “positivo e saudável”, mas será preciso responder a questões de fundo sobre o rumo do PSD e a sua “oposição frouxa”. No vizinho à direita, será provável um confronto entre Nuno Melo e Francisco Rodrigues dos Santos pela liderança do CDS, mas “será muito difícil” vencer o atual líder depois de ter conseguido entrar no acordo para o Governo regional dos Açores e obtido um bom resultado autárquico, antecipou.