Quem fica infetado pelo coronavírus e pelo vírus da gripe em simultâneo tem uma probabilidade duas vezes maior de desenvolver um quadro clínico agravado que culmina na morte do que quem só tem uma das doenças. O aviso vem da diretora da Agência de Segurança em Saúde britânica e antiga número dois da Direção-Geral da Saúde inglesa, Jenny Harries.

A médica especialista em saúde pública alertou no The Guardian que o próximo inverno deve ser o primeiro em que a circulação do vírus influenza será realmente expressiva desde o início da pandemia. Com o SARS-CoV-2 no panorama, teme-se que se verifique aquilo que os primeiros resultados científicos sugerem, segundo ele: com mais gripe em circulação, maior a probabilidade de a desenvolver; e se a infeção coincidir com a Covid-19, o risco de morrer duplica.

Acho que temos um inverno incerto pela frente. Não é uma previsão, é uma característica incerta. Mas nós sabemos que os casos de gripe foram mais baixos no ano passado, por isso a imunidade e as estirpes são um pouco mais incertas“, comentou Jenny Harries: “Como saltámos um ano com a gripe, quase, é possível que vejamos uma gripe de várias estirpes e com uma dominante”.

A médica apelou a população a vacinar-se tanto contra a gripe como contra a Covid-19, assim como a manter-se a higiene das mãos e a etiqueta respiratória. A utilização de máscara nas escolas pode não ser preponderante, considerou, mas pediu aos pais que não deixem as crianças frequentar as aulas se apresentarem sintomas de doença respiratória — seja ela Covid-19, gripe ou qualquer outra.

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