“Não posso sair do carro. Sou paraplégico.” Esta foi a resposta de Clifford Owensby, um norte-americano negro de 39 anos, quando foi intercetado pela polícia no passado dia 30 de setembro. Com o filho de três anos nos bancos da retaguarda, e apesar da justificação, os agentes insistiram: “Ou sais, ou arrancamos-te daí”.

“Não posso sair, sou paraplégico”, voltou a insistir. As autoridades ignoraram a explicação e retiraram à força Clifford Owensby do carro, tendo-o agarrado pelos cabelos e pelos braços. “Alguém me ajude e chame a verdadeira polícia”, suplicou a vítima já no chão da estrada, enquanto os agentes o algemavam.

Este episódio, divulgado nos últimos dias nas redes sociais, foi captado pelas bodycams dos uniformes da polícia, está a gerar polémica nos Estados Unidos. Clifford Owensby acusa os agentes de Dayton, no Ohio, de detenção, busca e apreensão ilegal, bem como de não ter tido a oportunidade de conhecer os seus direitos antes de ser levado para a prisão.

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“Eles tiraram-me do carro como se fosse um cão, como lixo”, descreveu numa entrevista Clifford Owensby, de acordo com a CNN. O advogado da vítima considera que o procedimento da polícia foi “ilegal e desnecessariamente brutal, devido ao facto de [as autoridades] estarem conscientes de que não podia sair do carro pelos seus meios próprios”.

Clifford Owensby foi intercetado por alegado tráfico de droga e as autoridades justificaram a detenção por causa do seu registo criminal, que inclui a pose de armas ilegais.

Embora Clifford Owensby seja paraplégico, a polícia de Dayton indicou em comunicado que “exige que os ocupantes dos carros saiam pela sua própria segurança”.