Lembrando que “em dez dos países participantes [a homossexualidade] é punível com a morte”, Tom Daley voltou a pedir que os Jogos Olímpicos não se realizem em Estados que discriminem LGBT. “Já falei abertamente sobre o facto de não achar que países que têm leis que criminalizam ou marginalizam pessoas LGBT, mulheres, ou pessoas pela cor, possam ser anfitriões de Jogos Olímpicos ou outro grande evento desportivo”, referiu.
O conhecido desportista britânico que, além dos feitos conseguidos na sua modalidade, os saltos para a água (neste caso da plataforma de dez metros), é tido muito em conta por, além de se ter estreado nos Jogos de Pequim 2008, ainda com 14 anos, ter assumido a sua homossexualidade em 2013. Tinha acabado de conquistar no ano antes, em “casa” (Londres 2012), uma medalha de bronze. Este ano, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, onde conquistou o ouro, ficaram para a histórias imagens de Daley a tricotar nas bancadas, com toda a calma e serenidade.
Três vezes campeão do mundo e cinco vezes campeão da Europa na sua modalidade, Tom referiu recentemente à BBC Radio 5 que a olimpíada japonesa tratou-se da que “mais pessoas do desporto ‘assumidas’ teve, o que foi fantástico”.
Tom Daley, o bebé de Pequim que soube crescer até de ser de ouro em Tóquio
O campeão olímpico de 27 anos referiu que se os sítios “não forem inclusivos para quem vê ou compete, e se as pessoas pensam não estar seguras, então não deveria ser permitido estes países terem os eventos até mudarem as suas leis”. “Não devíamos apenas ir atrás do dinheiro. Deve haver preocupação com a segurança das pessoas e os direitos humanos”, acrescentou, não esquecendo onde vai ser o próximo mundial de futebol: Qatar.
Segundo a BBC, responsáveis da competição já explicaram que tudo será seguro para jogadores e adeptos LGBT, desde que respeitem as leis do país, algo que não convence muito Tom Daley: “O Mundial do Qatar do próximo ano, é um país onde se vai atrás do dinheiro. Mas será que as mulheres estarão seguras ou as pessoas LGBT estarão seguras para ver e competir?”.
“Questiona-se porque é que as pessoas não se assumem. Porque temos de viajar até estes países onde não vamos ser aceites. Pode-se ser preso no Qatar e isso é muito assustador para muitos atletas. É por isso que devia ser mais bem pensado [países que recebem eventos]. Existem ainda tantos crimes de ódio contra a comunidade LGBT e muitas pessoas que não nos aceitam como somos e isso é muito assustador”, disse ainda.