Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde e antecessor de Marta Temido, deixa um aviso: o PS não pode “abandonar” o centro político sob pena de abandonar uma parte importante do eleitorado.

Para o socialista, de resto, “dentro do PS, há uma atração que eu diria às vezes mesmo uma atração fatal, um certo fascínio por fazer do PS uma espécie de ‘BE 2.0’ e esse não é o meu Partido Socialista e não é o de muitos milhares de militantes e muitos milhares de homens e mulheres que fazem o PS”.

Em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, Adalberto Campos Fernandes recorda que o “PS é um partido europeu, que fundou a liberdade em Portugal e que tem uma história de desencontro, diria até mais de desencontros do que encontros no seu passado, com algumas das soluções de que agora se quer aproximar”. “A clareza é importante e eu espero sinceramente que o PS se mantenha num espaço de grande moderação”, sublinha.

Desafiado a dizer se inclui Marta Temido nesse lote de socialistas que tem uma “atração fatal” pela esquerda, o ex-ministro da Saúde deixou uma bicada muito pouco subtil. “Não sei. Não lhe conheço o pensamento político e, portanto, o que tenho visto das últimas declarações que tem feito é uma afirmação mais à esquerda, citando aliás até cantores de intervenção e autores políticos mais à esquerda.”

Esta, de resto, não é a única crítica apontada à sucessora. Para Adalberto Campos Fernandes, a dedicação plena dos médicos ao SNS, como pretendia a esquerda e como o Governo chegou a admitir antes do chumbo do Orçamento do Estado, “levada ao extrema”,  teria consequências “devastadoras”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR