“Quem é que aqui na sala tem criptomoedas?”. A pergunta foi respondida com muitas dezenas de braços no ar na Web Summit. “Mais do que na última vez”, considerou Simon Robinson, editor da Reuters, que teve a incumbência de moderar um debate sobre moedas digitais, com adeptos de criptos.

E por isso não se estranha que neste painel a defesa das criptomoedas tenha sido grande, incluindo de que a mineração não gasta assim tanta energia como dizem.

“Os mineradores encontraram novas fontes de energia que não existiam”, defendeu, no palco principal da Web Summit, Tim Draper, fundador da Draper Associates, capital de risco que tem vários investimentos ligados ao mundo das criptomoedas, participando inclusive na Ledger, que partilhou o mesmo palco, com a presença do seu CEO Pascal Gauthier.

Tim Draper ainda salientou que o custo da energia ligado à mineração está a cair, pela inovação, até porque a quantidade de eletricidade necessária está também ela a diminuir. E um outro argumento: “Não creio que os bancos usem menos energia do que a bitcoin”.

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Para Pascal Gauthier, este é um tópico muito relevante. “A energia e o clima em geral vai ser resolvido pela tecnologia, educação, pelo tirar as pessoas da pobreza”. E foi este responsável que assumiu que agora está também a aprender tudo sobre segurança e aconselhou a que a plateia depositasse atenção à cibersegurança.

E dá uma razão para os ataques às criptomoedas: “Muitos governos estão nervosos que o poder esteja a fugir-lhes pela liberdade das cripto”. Realçou, no arranque da intervenção, que começou a ter bitcoins porque “representava liberdade” e é essa liberdade que associa às moedas digitais.

Noutro tema polémica – a China passou a considerar ilegal a transação de criptomoedas – Tim Draper também não teve papas na língua: “É estúpido. Tentam controlar toda a gente, não funciona. Não funciona na Coreia do Norte, em Cuba, não funcionou na China antes”.

Também Pascal Gauthier desvalorizou o assunto: “Não devemos olhar demasiado para a China. Temos de nos focar no que fazemos, nas economias livres e na liberdade de mercado. As criptomoedas são liberdade”, reforçou.