Nem Manuel Pinho, nem Alexandra Pinho, sua mulher, foram ouvidos esta quinta-feira de manhã no caso EDP. Os motivos, ao que o Observador apurou, são diferentes. O antigo ministro, suspeito de corrupção, não prestou declarações ao ser confrontado com novos indícios. Já Alexandra Pinho não compareceu no tribunal, justificando a falta com uma intervenção cirúrgica marcado para os próximos dias, estando apenas disponível a partir da última semana de novembro. Ambos serão ouvidos juntos no dia 14 de dezembro.

“Não houve tomada de declarações do dr. Manuel Pinho porque fomos confrontados com um despacho de indiciação complementar com mais de 100 páginas e mais de 600 artigos. Pedimos tempo para analisar esta nova e extensa matéria. O Ministério Público compreendeu e ficou marcado novo interrogatório para 14 de dezembro”, explicou Ricardo Sá Fernandes, advogado de Manuel Pinho, ao Observador.

Caso EDP. Mulher de Manuel Pinho vai ser constituída arguida

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Com o inquérito a aproximar-se do fim, e como o Observador já tinha noticiado, a mulher do antigo ministro Manuel Pinho será constituída arguida em breve, estando em causa suspeitas da alegada prática do crime de branqueamento de capitais relacionada com a titularidade da sociedade offshore Tartaruga Foundation.

A sociedade, com sede no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, serviu para Manuel Pinho receber uma alegada avença de 15 mil euros mensais do Grupo Espírito Santo (GES) durante o seu mandato no Governo — e é a prova principal do Ministério Público para lhe imputar vários crimes de corrupção.

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Esta quinta-feira, Alexandra Pinho estava notificada para ser interrogada às 10h30 no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), coincidindo a data com a da notificação do marido para prestar declarações.

O despacho é datado da última sexta-feira, 8 de outubro, e foi consultado pelo Observador nos autos do caso EDP.