O festival Porto/Post/Doc regressa este ano ao formato presencial, de 20 a 30 de novembro, e apresenta em seis salas da cidade quase 100 filmes, anunciou esta quinta-feira a organização.
A 8.ª edição do festival Porto/Post/Doc “vai expandir-se por mais dias e por mais salas” juntando aos espaços habituais — Rivoli, Passos Manuel, Planetário e Casa Comum — a Sala Estúdio Perpétuo, com um foco no novo documentário português e em sessões infantis, e ainda o Coliseu para o espetáculo de encerramento com a instalação de vídeo e performance musical “As filhas do fogo”, de Pedro Costa e os Músicos do Tejo, anunciou, em conferência de imprensa, Dario Oliveira, da organização do evento.
Um dos destaques que a organização assinalou de imediato foi o filme-concerto “Maria do Mar”, de José Leitão de Barros, com a interpretação de Pedro Burmester e da Orquestra Sinfonietta de Lisboa, com a direção musical de Vasco Pearce de Azevedo, a partir da partitura de Bernardo Sassetti.
“Maria do Mar”, um trabalho sobre a paisagem marítima e o trabalho dos pescadores da Praia da Nazaré, numa ficção construída à volta do ódio entre duas famílias por causa da morte de um pescador, é apresentado no Porto/Post/Doc a 20 de novembro, pelas 21h30, no Rivoli, “passados 125 anos do nascimento de Leitão de Barros e das primeiras sessões de cinema em Portugal”, refere a organização.
Este ano, o Porto/Post/Doc vai apresentar na competição internacional — a principal secção do festival — 10 longas-metragens em estreia nacional, “permitindo uma viagem por algumas das paisagens sociais e políticas contemporâneas“, lê-se no dossiê de imprensa.
Na secção competitiva “Transmission”, dedicada a documentários sobre música e movimentos culturais, o destaque de Dario Oliveira recaiu sobre, por exemplo, o filme “Don’t Go Gentle”, um documentário sobre a banda inglesa Idles, “que tem feito furor nos festivais de música” e que se estreou este ano, do realizador Mark Archer.
Outros dos destaques na mesma secção “Transmission”, mas que é um extra-competição, é o documentário “Laurent Garnier: Off The Record”, do realizador Gabin Rivoire.
O festival vai encerrar dia 30 de novembro no Coliseu do Porto.
“É um grande investimento. Vamos transformar o palco do Coliseu por uma noite numa galeria de arte“, declarou Dario Oliveira, recordando que vai poder ver-se a instalação de vídeo e performance musical “As Filhas do Fogo”, de Pedro Costa e os Músicos do Tejo.
“De volta às salas de cinema da baixa da cidade, com uma vontade redobrada de partilhar, por um lado, os novos filmes nas quatro competições habituais do festival e as secções temáticas, e, por outro lado, reencontrar as pessoas num espaço público de discussão e reflexão no Fórum do Real e Call to Action, espaços onde a comunidade local e os convidados do festival se juntam em participações espontâneas”, lê-se no texto de Dario Oliveira entregue à comunicação social.
Em julho, a organização do festival tinha revelado que “o tema central para a edição 2021 segue o repto ‘Ideias para Adiar o Fim do Mundo'”, inspirado num livro do ambientalista indígena brasileiro Ailton Krenak, para abordar questões sobre ambiente, política e consumo.
A 8.ª edição do Porto/Post/Doc teve um orçamento “igual” à edição de 2019, que teve um valor na ordem dos 117 mil euros, disse à Lusa Dario Oliveira.