910kWh poupados com a
i

A opção Dark Mode permite-lhe poupar até 30% de bateria.

Reduza a sua pegada ecológica.
Saiba mais

O regresso de Sérgio, uma prenda de Natal antecipada (a crónica do Santa Clara-FC Porto)

Este artigo tem mais de 3 anos

Depois do jogo da Taça e do jogo com o Milan, Sérgio Oliveira confirmou que voltou ao onze, ao golo e à liderança da equipa e é a prenda de Natal antecipada para o FC Porto, que venceu o Santa Clara.

O internacional português abriu o marcador nos últimos minutos da primeira parte
i

O internacional português abriu o marcador nos últimos minutos da primeira parte

LUSA

O internacional português abriu o marcador nos últimos minutos da primeira parte

LUSA

A viagem do FC Porto para os Açores terá obrigado a um déjà vu pouco agradável. Há cerca de duas semanas, também em São Miguel, os dragões perderam com o Santa Clara e foram desde logo eliminados da Taça da Liga — no engrossar de uma espécie de maldição de Sérgio Conceição na terceira competição nacional. Pelo meio, a equipa goleou o Boavista e subiu à liderança da Liga e empatou com o AC Milan em Itália mas manteve-se no segundo lugar do grupo da Liga dos Campeões. Ou seja, este sábado, voltava ao sítio onde perdeu pela primeira vez esta temporada nas provas internas.

“Uma deslocação ao estádio do Santa Clara é sempre difícil, as equipas organizam-se defensivamente com alguma qualidade até porque o espaço que ocupam é mais baixo do que o habitual, fica mais fácil de defender. Mas não foi por aí que perdemos porque tivemos ocasiões bem claras para fazer golo. Temos de ser mais eficazes do que nesse jogo, estarmos mais concentrados ao nível defensivo. Se assim for, com maior ou menor dificuldade vamos buscar os três pontos. É importante perceber o que não se fez e o que é necessário fazer para ganhar os jogos. Houve muita coisa que não correu bem — e não falo do empenho, da vontade ou do querer. Tenho um grupo que conheço bem e não é por esse jogo que vou deixar de acreditar na determinação que têm em todos os treinos e em todos os jogos. Cada jogo tem a sua história. Vai ser diferente do da Taça da Liga, queremos encaminhar o jogo para momentos em que somos muito fortes”, explicou Sérgio Conceição, que voltava a não poder contar com Uribe, na antevisão.

Ficha de jogo

Mostrar Esconder

Santa Clara-FC Porto, 0-3

11.ª jornada da Primeira Liga

Estádio de São Miguel, nos Açores

Árbitro: Rui Costa (AF Porto)

Santa Clara: Ricardo Fernandes, Pierre Sagna (Rafael Ramos, 72′), João Afonso, Tassano, Mansur, Nené (Anderson Carvalho, 83′), Morita, Lincoln (Júlio Romão, 72′), Ricardinho (Jean Patric, 62′), Rui Costa (Luiz Phellype, 72′), Allano

Suplentes não utilizados: Rodolfo, Boateng, Paulo Henrique, Mohebi

Treinador: Nuno Campos

FC Porto: Diogo Costa, João Mário, Mbemba, Pepe, Zaidu, Otávio (Francisco Conceição, 79′), Sérgio Oliveira (Bruno Costa, 84′), Grujic (Vitinha, 79′), Luis Díaz (Pepê, 84′), Evanilson, Taremi (Fábio Vieira, 84′)

Suplentes não utilizados: Marchesín, Fábio Cardoso, Corona, Toni Martínez

Treinador: Sérgio Conceição

Golos: Sérgio Oliveira (42′), Luis Díaz (46′ e 77′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Allano (40′ e 63′), a Zaidu (45+1′), a Mansur (60′), a Evanilson (90+3′); cartão vermelho por acumulação a Allano (63′)

Num domingo gordo, com os “três grandes” a entrarem em campo de forma consecutiva, o FC Porto era o primeiro a jogar — ou seja, jogava também sem a pressão dos resultados alheios e com a possibilidade de assegurar desde logo a manutenção da liderança independentemente do que fizessem Sporting ou Benfica. “No final do Campeonato é que é importante estar em primeiro. O importante é, em maio, estar em primeiro. Essa pressão aqui é diária, conseguir evoluir sempre em cada treino, na preparação dos jogos. Prefiro a pressão de estar em primeiro do que ser segundo e andar atrás do primeiro. Mas é claro que é mais confortável estar em primeiro”, garantiu treinador dos dragões.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Sem Uribe, que viajou para os Açores mas ainda não recuperou de lesão, Sérgio Conceição voltava a lançar Grujic no onze titular e não fazia qualquer alteração face à equipa que defrontou o AC Milan a meio da semana — com o sérvio a começar um jogo pela primeira vez nesta edição do Campeonato e Sérgio Oliveira a manter a titularidade no meio-campo. Marcano e Wendell também eram baixas e Mbemba e Zaidu, respetivamente, ocupavam esses lugares, com Corona a começar novamente no banco e João Mário a ocupar a direita da defesa. Do outro lado, a principal alteração de Nuno Campos estava na baliza, onde Ricardo Fernandes substituía o lesionado Marco, e Nené e Rui Costa apareciam no onze nos lugares de Anderson Carvalho e Luiz Phellype.

João Mário teve a primeira tentativa de remate do jogo, ao aparecer na grande área para atirar contra a defensiva adversária (2′), mas foi mesmo o Santa Clara a primeira equipa a causar verdadeiro perigo: em situações consecutivas, Ricardinho apareceu isolado na cara de Diogo Costa (4′) e Rui Costa falhou o remate na área e depois de um cruzamento na esquerda (6′). Ainda assim, e apesar dessas duas ocasiões dos açorianos, era o FC Porto quem assumia naturalmente a iniciativa e a posse de bola. Os dragões atuavam quase por inteiro no meio-campo oposto, com Pepe a aparecer na linha do meio-campo e a ser o principal responsável pelos passes aproximativos e a organização do movimento ofensivo. O corredor esquerdo era privilegiado, até pelo momento positivo que Luis Díaz está a atravessar, e o colombiano ficou muito perto de abrir o marcador na sequência de um passe de Taremi (11′), embora o lance tenha sido posteriormente anulado por fora de jogo.

Apesar de uma clara superioridade por parte do FC Porto, o Santa Clara prolongava aquilo que já tinha demonstrado no jogo da Taça da Liga e não desperdiçava nenhum contra-ataque, reagindo sempre com perigo e velocidade às recuperações em zona adiantada para tentar surpreender Diogo Costa. Lincoln esteve perto de o fazer, com um remate de fora de área depois de um ressalto nas costas de Ricardinho, mas o guarda-redes dos dragões encaixou sem grande dificuldade (18′). Ainda assim, a equipa de Sérgio Conceição não perdia o controlo da partida através da pressão elevada e eficaz que não descurava e ia somando remates enquadrados — ainda que, na sua maioria, todos tenham saído à figura de Ricardo Fernandes. Grujic cabeceou para defesa do guarda-redes (33′), Otávio rematou por cima (37′) e só Sérgio Oliveira, que ia sendo o principal inconformado, soube acertar no alvo.

Depois de uma perda de bola de Lincoln em zona proibida, Sérgio Oliveira aproveitou, apareceu no corredor central e atirou de pé esquerdo e ainda de fora de área. A bola nem sequer saiu com muita força mas foi encostada ao poste e abriu o marcador (42′), originando uma vantagem do FC Porto que já se justificava. Até ao intervalo, Lincoln ainda bateu um livre perigoso contra a barreira (45+3′) mas os dragões foram mesmo para o balneário a vencer pela margem mínima.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Santa Clara-FC Porto:]

Na segunda parte, nenhum dos treinadores fez alterações mas Nuno Campos não demorou muito até ver ruir toda a estratégia que tinha montado para depois do intervalo. Logo no primeiro lance após o recomeço, Otávio apareceu tombado na direita, cruzou ainda numa zona bastante recuada e Luis Díaz, na grande área, cabeceou para aumentar a vantagem do FC Porto e subir ao topo da lista dos melhores marcadores do Campeonato (46′).

A perder por dois golos de diferença, o Santa Clara tentou arriscar um ponto mais e distanciar os setores para esticar a equipa mas não conseguia ter posse de bola, esbarrando sempre na pressão alta dos dragões e num meio-campo que ia sendo organizado de forma brilhante por Sérgio Oliveira. A equipa de Sérgio Conceição tirou o pé do acelerador e procurou gerir o resultado com tranquilidade mas continuava a ser o conjunto mais perigoso, com Zaidu a ver um golo anulado por fora de jogo (49′) e Pepe a cabecear para uma enorme defesa de Ricardo Fernandes (54′). Nuno Campos começou a mexer nesta altura, trocando Ricardinho por Jean Patric, mas a tarefa dos açorianos tornou-se ainda mais complicada pouco depois da hora de jogo, quando Allano viu o segundo cartão amarelo e deixou a equipa reduzida a dez elementos.

Depois de ficar a jogar com menos um, o Santa Clara praticamente abdicou de procurar o meio-campo adversário e recolheu ao próprio espaço, limitando-se a responder aos ataques do FC Porto e à tentativa de não sofrer mais golos. Os dragões exploravam principalmente o espaço entre linhas, embora sem enorme acutilância ou velocidade, e foi precisamente assim que chegaram ao terceiro golo: Zaidu isolou Luis Díaz na esquerda, o colombiano ganhou metros e tirou Ricardo Fernandes da frente com uma finta deliciosa, atirando depois para a baliza deserta (77′). Até ao fim, Evanilson e Francisco Conceição ainda ficaram perto de carimbar a goleada, com um cabeceamento por cima (83′) e um remate para boa defesa do guarda-redes açoriano (87′), mas o resultado não voltou a alterar-se.

Num dia em que Taremi esteve particularmente abaixo dos níveis normais e onde Luis Díaz voltou a demonstrar que está a viver um momento de forma assinalável, Sérgio Conceição recebeu a confirmação de uma prenda de Natal antecipada: Sérgio Oliveira, que saiu do onze no início da temporada, que ainda não tinha encontrado regularidade e que parecia ultrapassado por Uribe e Vitinha, voltou à titularidade, voltou ao golo e voltou à liderança da equipa. E entre isso e assegurar o primeiro lugar do Campeonato, o treinador pode mostrar-se satisfeito com o domingo que foi passar a São Miguel.

Ofereça este artigo a um amigo

Enquanto assinante, tem para partilhar este mês.

A enviar artigo...

Artigo oferecido com sucesso

Ainda tem para partilhar este mês.

O seu amigo vai receber, nos próximos minutos, um e-mail com uma ligação para ler este artigo gratuitamente.

Ofereça até artigos por mês ao ser assinante do Observador

Partilhe os seus artigos preferidos com os seus amigos.
Quem recebe só precisa de iniciar a sessão na conta Observador e poderá ler o artigo, mesmo que não seja assinante.

Este artigo foi-lhe oferecido pelo nosso assinante . Assine o Observador hoje, e tenha acesso ilimitado a todo o nosso conteúdo. Veja aqui as suas opções.

Atingiu o limite de artigos que pode oferecer

Já ofereceu artigos este mês.
A partir de 1 de poderá oferecer mais artigos aos seus amigos.

Aconteceu um erro

Por favor tente mais tarde.

Atenção

Para ler este artigo grátis, registe-se gratuitamente no Observador com o mesmo email com o qual recebeu esta oferta.

Caso já tenha uma conta, faça login aqui.