Oscar Pistorius pode encontrar-se com os pais de Reeva Steenkamp, a namorada que matou a tiro em 2013, como parte do processo de consideração de uma eventual liberdade condicional. O antigo atleta paralímpico sul-africano foi condenado por homicídio em 2015 e está ainda a cumprir uma pena de 13 anos e cinco meses de prisão efetiva.

Agora, Pistorius pode mesmo encontrar-se com a família de Reeva Steenkamp num momento promovido por aquilo que na África do Sul é entendido como “justiça restauradora”. Em comunicado, de acordo com a BBC, o Departamento de Serviços Prisionais do país indicou que está em contacto com os pais da namorada do atleta para abordar a disponibilidade para um eventual contacto para o condenado “assumir e tomar responsabilidade sobre as próprias ações, numa oportunidade para os dois lados se reconciliarem ou existir um pedido de desculpas”.

Oscar Pistorius vê a pena agravada para 13 anos e cinco meses

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Em resposta, a advogada da família Steenkamp confirmou que os seus clientes estão disponíveis para participar na conversa. “A mãe da Reeva sempre disse que já perdoou o Oscar, algo que não significa que ele não tenha de pagar por aquilo que fez. O pai ainda luta um bocadinho com esse perdão, mas isso é algo de que ele falará no tempo adequado. A ferida, embora já tenha passado algum tempo, ainda está muito aberta”, explicou Tania Koen à BBC.

A família da vítima esperava que o antigo atleta se tornasse elegível para solicitar a liberdade condicional em março de 2023, quando completasse metade da pena, o que só aconteceria daqui a mais de um ano tendo em conta a decisão de 2017. Mas, com o tempo que esteve preso desde a primeira sentença, em 2014, Pistorius já cumpriu metade do tempo. Daí que o processo com a família Steenkamp.

Oscar Pistorius e Reeva Steenkamp, que tinha 29 anos e era modelo, começaram a namorar em novembro de 2012. Em fevereiro do ano seguinte, no Dia dos Namorados, o atleta disparou quatro vezes através da porta da casa de banho, que estava trancada, e matou a namorada — defendendo, desde o primeiro instante, que a confundiu com um assaltante. Em 2014, no final de um julgamento que foi acompanhado no mundo inteiro, o sul-africano foi condenado a cinco anos de prisão por homicídio involuntário. Em 2015, depois de um recurso da defesa da família de Steenkamp, Pistorius acabou por ser condenado por homicídio e aos tais 13 anos e cinco meses de prisão efetiva.

Oscar Pistorius tira as próteses em tribunal

De recordar que Oscar Pistorius, que está no Centro Corretivo Atteridgeville, um estabelecimento prisional adaptado a condenados com deficiências motoras, ganhou especial proeminência nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, quando se tornou o primeiro duplo amputado a participar num evento não paralímpico. Nos Jogos Paralímpicos, entre 2004 e 2012, o velocista conquistou cinco medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze.