Mário Machado, líder do movimento Nova Ordem Social (NOS), foi detido esta terça-feira na sequência de buscas domiciliárias realizadas no concelho de Sintra — não em Loures, como inicialmente avançado —, confirmou a Polícia Judiciária ao Observador. Em causa estão suspeitas de crimes de discriminação racial e incitamento a violência.
Uma fonte do processo disse ao Observador que as autoridades encontraram tacos de basebol com símbolos do NOS, assim como uma arma de fogo e munições, na casa onde estava o ativista de extrema-direita e antigo líder da Frente Nacional.
Foi a descoberta da arma e das munições que motivou a detenção em flagrante delito de Mário Machado, entretanto transportado para o estabelecimento prisional anexo à PJ. Os crimes em causa terão sido cometidos nas redes sociais e em blogues, nos quais Mário Machado terá protagonizado situações de discriminação racial.
O advogado do ativista, José Manuel Castro, que também o representa no caso dos Hells Angels, confirmou à Agência Lusa que a investigação em torno de Mário Machado está relacionada com uma publicação na Internet “já com alguns anos”: “Era uma publicação em que apelava à detenção de um individuo que terá cometido um homicídio numa discoteca no Algarve. Curiosamente, nessa publicação não vinha referida a cor de pele ou etnia de ninguém”, ressalvou.
O advogado acrescentou ainda ter encontrado Mário Machado “confiante” e que o cliente deve ser ouvido nas próximas horas nas instalações da PJ ou do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP). “Como se configuram os factos, [estes] não admitem medida privativa de liberdade. Está [Mário Machado] confiante de que ainda hoje [terça-feira] ou, o mais tardar, amanhã [quarta-feira] sairá em liberdade”, sentenciou.