Britney Spears ficou finalmente livre da tutela do pai (e do seu contabilista), que controlou a sua carreira e o seu dinheiro quase 14 anos. Um tribunal de Los Angeles decidiu, esta sexta-feira, a favor da cantora norte-americana, com efeitos imediatos.
De acordo com a Associated Press, foram mais de cinco meses de processo judicial, em que Britney Spears exigiu o fim da tutela paterna, de forma a poder tomar as suas próprias decisões pessoais — sem a interferência do familiar.
“É o melhor dia da minha vida”, salientou Britney Spears na primeira reação à decisão do tribunal publicada na rede social Instagram. “Meu Deus, eu amo tanto os meus fãs que é uma loucura! Acho que vou chorar o resto do dia! É o melhor dia da minha vida, louvado seja o Senhor”, pode ler-se.
O testemunho de Britney Spears, em tribunal, foi decisivo. A cantora alegou que todas estas restrições eram “abusivas” e tiveram um forte impacto na sua saúde mental. Para a artista, o pai “nunca esteve à altura” de ser o seu tutor, justificando com o seu “conhecido alcoolismo” e o “trauma que infligiu desde a infância”.
O pai já tinha dito que aceitava renunciar à tutela da filha, tendo acabado por atribuir esse papel ao seu contabilista, John Zabel, que iria tratar dos assuntos financeiros até 31 de dezembro, e também a uma mulher da sua confiança, Jodi Montgomery, que ficou encarregue dos assuntos pessoais.
Com esta decisão do tribunal, Britney Spears vê-se livre de qualquer tutela, que dura desde 2008. O pai tinha um forte controlo na vida da filha, podendo escolher se a artista podia ou não engravidar ou eleger o seu reportório.
O caso ganhou uma nova dimensão em setembro, altura em que o jornal The New York Times divulgou uma reportagem com testemunhos de três pessoas próximas da artista durante a tutela do pai, um segurança, uma assistente um responsável do guarda-roupa.
Entre várias revelações, o ex-segurança explicou que o pai tinha câmaras instaladas na casa de Britney Spears para intercetar chamadas e mensagens, incluindo comunicações com o próprio advogado e filhos.
Também outro documentário, “Britney vs Spears”, mas produzido pelo serviço de streaming Netflix, afirma que a cantora de 39 anos tentou contratar por duas vezes o seu próprio advogado no início do caso judicial da tutela.
Em fevereiro, a vida de Britney Spears tinha voltado à esfera pública com o lançamento do documentário “Framing Britney Spears”, focado na trajetória da cantora norte-americana, incluindo os momentos de maior popularidade e os acontecimentos que levaram a que a sua vida passasse a ser controlada pelo pai.
Na sequência do documentário “Framing Britney Spears”, tornaram-se virais movimentos para pedir a “libertação” da artista do controlo do pai (“#FreeBritney”) e para levar a que quem a criticou e julgou, na altura, viesse agora pedir desculpa.
Sendo uma das artistas que mais venderam no virar do século, a norte-americana é a intérprete de temas como “Oops!… I Did It Again”, “Toxic” e “Womanizer”.