É a mudança que ninguém esperava: o pai de Britney Spears concordou em afastar-se do papel de tutor da cantora, deixando de supervisionar as finanças desta, tal como faz desde 2008.

Britney Spears. Tutora dos assuntos pessoais “implora” que pai da cantora “pare com os ataques”

A informação é avançada pelo New York Times, que cita os advogados de James P. Spears, que afirmam que o tutor de Britney “pretende trabalhar com o tribunal para garantir uma transição ordeira para outro tutor”.

Ainda assim, os advogados de James P. Spears questionam a mudança de tutor da cantora: “É altamente discutível se uma mudança no tutor neste momento seria do interesse de Spears”. “Embora o Sr. Spears seja alvo incessante de ataques injustificados, não quer travar uma batalha pública com a filha sobre como a sua continuidade na tutoria seria do interesse de Britney”, acrescentam ainda os advogados.

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Mathew S. Rosengart, que se assumiu como representante de Britney Spears em julho diz-se “satisfeito” com a decisão do pai da cantora acrescentando que o último processo movido no sentido de suspender a tutoria do pai da cantora deverá cair.

“Esperamos continuar a nossa investigação sobre a conduta do Sr. Spears e outros, nos últimos 13 anos, enquanto retirou milhões de dólares dos bens da sua filha”, afirmou o advogado da cantora aproveitando a oportunidade para reiterar o pedido de afastamento “imediato” de James P. Spears de Britney.

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Jamie Spears estava responsável pelos bens financeiros — e Jodi Montegomery dos assuntos pessoais — de Britney, função que até 2019 foi também ela desempenhada pelo pai da artista. Na altura, afastou-se temporariamente para se focar na sua saúde. Antes, Kevin Federline pedira uma ordem de restrição contra ele, alegando que Jamie agredira um dos netos.

As limitações a que a artista está sujeita ficaram mais a descoberto depois de o The New York Times ter tido acesso a documentos legais confidenciais que mostram o controlo exercido sobretudo pelo pai, anos antes de o movimento #FreeBritney empolar o caso, anos antes do NYT dedicar um documentário à queda da artista. Desde o círculo de amigos à cor dos armários da cozinha, todas as decisões da artista eram (e talvez ainda sejam) escrutinadas, com Britney a alegar que o pai estava “obcecado” com o controlo.

Ainda de acordo com estes documentos, Britney estava limitada a uma semanada 2 mil dólares — paga pelo advogado que não escolheu (os custos com Samuel Ingham III foram, em 2019, superiores às suas despesas pessoais e a fortuna para a qual trabalhou cobre ainda os honorários daqueles que administram a tutela e desejavam que o acordo continue).