As minas de Aparis, em Barrancos, fecharam em 1975. Foram descobertas no século XIX. Depois de passarem por capitais britânicos chegaram às mãos públicas, tornando-se num ícone mineiro precisamente por serem das poucas integralmente exploradas pelo Estado. Em 1975 foram retirados os últimos minérios de cobre.

Mas agora o subsolo pode voltar a ser explorado. A portuguesa Indice Crucial garantiu uma licença para a prospeção e pesquisa na área. Serão cinco anos, com possibilidade de prorrogação, para provar se existe potencial remanescente na mina que chegou a ter todo um bairro para os mineiros e uma escola, onde terão morado cerca de 500 pessoas.

A canadiana Goldplay chegou a acordo em junho deste ano para adquirir gradualmente os direitos sobre a Indice Crucial, podendo ficar com a totalidade desta companhia.

A Indice Crucial garantiu em 2020 o direito de prospeção e pesquisa da mina Aparis por cinco anos, tendo agora arrancado os trabalhos no terreno, explicou ao Observador o gerente da operadora Goldplay, José Mário Castelo-Branco.

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“Neste momento com a nova gerência arrancou a campanha de sondagens”, explicou ao Observador, acrescentando que estarão a ser procurados minérios de cobre, e subsidiariamente de prata. Mas será o cobre o principal elemento no subsolo desta área, perto de Barrancos, podendo analisar uma área de cerca de 73 quilómetros. Será, assim, avaliado o potencial do remanescente da antiga mina.

As sondagens começaram agora, passando-se depois para o estudo, amostragem, esperando-se os primeiros resultados em cerca de mês e meio.

Só mais tarde no processo é que a empresa vai aferir se existe potencial para fazer o pedido para a concessão de exploração.

O cobre é hoje uma das matérias-primas com maior valorização nos dois últimos anos. Neste momento a libra de cobre vale 4,40 dólares, quando, em 1975, valia 0,55 dólares (valor não deflacionado).