O marido de uma mulher britânico-iraniana, que está detida há mais de cinco anos no Irão, anunciou este sábado o fim da sua greve de fome, frente ao Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, que iniciou há 21 dias.
Richard Ratcliffe tem estado a dormir numa tenda fora da entrada principal do Ministério dos Negócios Estrangeiros, com o objetivo de pressionar o Governo britânico para que este assegure a libertação da sua mulher e de outros cidadãos britânico-iranianos detidos.
Começou a greve de fome no mês passado, depois de a sua mulher, Nazanin Zaghari-Ratcliffe, ter perdido o seu último apelo no Irão.
“Provavelmente esperávamos obter um avanço neste sentido. Ainda não o conseguimos”, disse Ratcliffe, acrescentando: “Eu não queria sair numa ambulância. Quero sair com a cabeça erguida”.
Ratcliffe disse que tinha começado a ter dores nos pés durante a noite e uma conversa com um médico persuadiu-o a acabar com a greve de fome. Disse que planeava ir a um hospital para ser examinado e espera poder comer alguma coisa depois disso.
Zaghari-Ratcliffe cumpriu cinco anos de prisão após ter sido detida no aeroporto de Teerão, em abril de 2016, e condenada.
Zaghari-Ratcliffe foi empregada na Fundação Thomson Reuters, o braço caritativo da agência noticiosa, e foi presa quando regressava da casa na Grã-Bretanha, depois de visitar a família.
Em maio, foi condenada a mais um ano de prisão sob a acusação de espalhar “propaganda contra o sistema” por ter participado num protesto no exterior da Embaixada do Irão em Londres, em 2009.
No mês passado, um tribunal de recurso confirmou o veredicto, que inclui uma proibição de viagem de um ano, o que significa que não poderá deixar o Irão antes de 2023.
O marido ficou desanimado após se ter encontrado, na quinta-feira, com o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, na sequência de discussões que teve com funcionários iranianos em Londres.
Depois de descrever o seu encontro com Cleverly como “deprimente”, Ratcliffe disse que estava perto do fim da sua greve de fome “como uma estratégia”.