A socialite britânica Ghislaine Maxwell, suspeita de ter ajudado o milionário Jeffrey Epstein nos seus crimes sexuais recrutando várias das vítimas, começa este mês a ser julgada em Nova Iorque, com a seleção dos membros do júri, o primeiro passo do julgamento, a arrancar esta terça-feira.
Maxwell, que foi namorada de Epstein na década de 1990, manteve-se ligada ao milionário durante as três décadas seguintes, mesmo depois do fim do namoro, e teve um papel ainda hoje bastante obscuro na rede de tráfico sexual em torno do milionário norte-americano. Teria sido Maxwell a recrutar e a treinar as jovens que viriam a sofrer abusos sexuais às mãos de Epstein, que se suicidou em agosto de 2019 na prisão, quando aguardava julgamento pelos seus crimes.
Quem é Ghislaine Maxwell, a mulher acusada de ajudar Jeffrey Epstein?
Foram já várias as jovens que acusaram Maxwell de as ter recrutado para a rede de Epstein, mas a britânica tem recusado todas as acusações de que é alvo.
Ghislaine Maxwell foi detida em julho de 2020 por suspeitas de crimes sexuais, conspiração e perjúrio, e vai agora ser julgada em Nova Iorque, num processo que se espera que ajude a compreender melhor os contornos do caso de Epstein — que, com o suicídio, acabaria por escapar ao julgamento e ao apuramento dos factos. Segundo a procuradora de Manhattan, Audrey Strauss, Maxwell “teve um papel crítico ao ajudar Epstein a identificar, relacionar-se e seduzir com vítimas menores de idade” e, “em alguns casos, Maxwell participou nos abusos“.
Porém, a juíza Alison Nathan, que vai julgar o caso, já veio garantir que quer evitar que o julgamento de Maxwell se transforme numa operação de vingança contra Epstein ou numa avaliação do modo como as autoridades lidaram com o caso de Epstein ao longo dos anos.
Ao jornal britânico The Guardian, a advogada norte-americana Moira Penza, que foi procuradora no caso do culto sexual NXIVM, resumiu o que está em causa: “Jeffrey Epstein está morto. A juíza Nathan está obviamente preocupada com um preconceito indevido contra Maxwell, e vai garantir que ela tem um julgamento justo. Isto é o julgamento dela. Não é o julgamento de Jeffrey Epstein.”
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